Tokyo, uma das cinco maiores cidades do mundo, lançou uma nova meta ambiental esta semana – ter 20% de sua produção energética proveniente de fontes renováveis. “Não apenas novas fontes de energia podem ser estabelecidas, como um tremendo poder de compra pode ser utilizado, levando assim a um boom de energia renovável no Japão como um todo”, afirmou a representante ambiental da prefeitura de Tokyo, Yuko Nishida, no lançamento do programa, durante o 2º Congresso Internacional Cidades Solares. Hoje apenas 2,7% do total de demanda energética da cidade é de fontes limpas.

Com a “Estratégia de Energias Renováveis de Tokyo”, o governo pretende incentivar o uso de “compras verdes” para fornecedores de energia e empresários, promover o design de casas com melhor aproveitamento de fontes renováveis e o uso de aquecimento solar doméstico. Atualmente cerca de 10% da população do país vive em Tokyo, onde se concentram também as indústrias japonesas.

A nova medida faz parte de um pacote global de políticas ambientais lançados no mês passado pela prefeitura. O chamado “Programa de sustentabilidade ambiental” prevê, além do aumento de uso de fontes energéticas limpas, o incentivo a companhias para o uso de veículos com baixas emissões de gases ou a instalação de aparelhos redutores de dióxido de carbono; além de regenerar áreas em espaços urbanos, promover a reciclagem de plásticos e eliminar problemas ambientais.

De 1994 até 2004, o Japão promoveu a instalação de tetos solares em 200 mil residências no denominado “Sunshine Program”. Entretanto, em um projeto similar, a Alemanha foi capaz de aumentar em 150 mil unidades o uso de energia solar em menos da metade do tempo (quatro anos).

A economia japonesa é uma das mais eficientes. Segundo estimativas, a nação precisa hoje de 55 quilolitros de petróleo bruto para gerar 100 milhões de yennes do seu Produto Interno Bruto (PIB), quase a metade dos 106 quilolitros necessários em 1980. Apesar disso, a médio e longo prazo, o país não se sente seguro. O Japão importa quase todo o petróleo que utiliza e, perto de 90% vêm do Oriente Médio. Inevitavelmente, a economia do país se vê sempre ameaçada pelas constantes altas do preço do petróleo.
(Carbono Brasil, 07/04/06)
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