Botnia diz que não pagará operários enquanto obra de sua fábrica estiver parada
2006-04-07
O conflito entre argentinos e uruguaios, sobre a presença de uma indústria
papeleira no lado uruguaio do Rio Uruguai, pode, em breve, ser solucionado. Os argentinos consideram a instalação da indústria, que é acusada de produzir contaminação ao meio-ambiente, uma violação ao Estatuto do Rio Uruguai, pois não foram consultados para a instalação da empresa.
Uma reunião sobre o tema vem sendo adiada pelos presidentes dos dois países, mas, segundo informações da imprensa argentina e uruguaia, o governo argentino está disposto a negociar, depois que a multinacional finlandesa Botnia
(responsável pela instalação da indústria no Rio Uruguai) anunciou a suspensão
das atividades da empresa, na região, por 90 dias. A outra empresa que atua na
região, a espanhola ENCE, já havia anunciado a paralisação das atividades.
Essa era a condição do governo argentino para iniciar a negociação. Eles
exigiam, também, um monitoramento detalhado das atividades da empresa de
celulose e um documento técnico para avaliar o impacto ambiental das indústrias
de papel. Esse acordo já foi definido. A condição uruguaia era de que os
ambientalistas argentinos parassem com os bloqueios de pontes, realizados em
protesto contra a instalação da indústria.
A empresa finladesa disse que, no próximo dia 7 de abril, já terá paralisado as
atividades. Mas informou que não ficará responsável pelo pagamento dos
funcionários contratados para a realização da obra. O sindicato uruguaio da
Construção, segundo a imprensa argentina, disse que, se não forem pagos os
salários durante a realização do estudo ambiental, eles ocuparão o prédio da
empresa em protesto.
(Agência de Notícias Adital, 06/04/06)