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2006-04-07
Uma andorinha pode não fazer verão, como prega a marchinha de João de Barro e Lamartine Babo. Mas uma mobilização formalizada ontem, em Aracaju (SE), mostra que iniciativas isoladas têm, sim, o poder de transformar apatia em ação. Ao meio-dia, na sede do Iate Clube, aconteceu a solenidade de adesão à Frente em Defesa das Águas de Sergipe, uma entidade cujo nascimento pode ser integralmente tributado ao jornalista e escritor Osmário Santos.

Tudo começou em 2004, quando ele idealizou o ”I Passeio Aracaju de Tó-tó-tó – Salve o Rio Sergipe”. A festa reuniu 20 destas embarcações típicas - cujo nome vem do ruído que seus motores produzem -; ganhou significativos espaços na imprensa local e, mais que tudo, foi um alerta para o estado de degradação de um rio poluído por efluentes industriais e urbanos e que, cortando a capital sergipana, não só é essencial para a economia, mas também constitui-se em precioso atrativo turístico.

O evento, em suas três edições realizado no dia 17 de março, aniversário de Aracaju, passou a fazer parte da programação oficial comemorativa da Prefeitura, mas superou em grandeza de objetivos a simples perspectiva de uma agradável confraternização. “Vimos que não poderíamos ficar só com o passeio”, diz Osmário. “Como comunicador, eu tinha obrigação de fazer algo mais para ampliar o nosso grito a favor do rio Sergipe”.

O primeiro apoio substancial à tarefa veio do Jornal da Cidade, onde Osmário assina uma bem conceituada coluna de variedades. A publicação elaborou um calendário de pautas enfocando o rio, que banha 26 municípios sergipanos, numa trajetória de aproximadamente 210 Km da nascente à foz.

Ainda no final de 2004, foi realizado, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe, um workshop estudando a situação das águas. No evento, surgiu a idéia de lançar o Dia do Rio Sergipe. A proposta foi acolhida de imediato pela deputada Ana Lúcia Menezes, que a levou à Assembléia, onde obteve aprovação unânime.

Este ano, já em sua terceira edição, o Passeio Aracaju de Tó-tó-tó fez parte do calendário turístico da Embratur. “Isso foi de grande valia pois o passeio passou a ter credibilidade a nível internacional”, diz Osmário Santos, assumindo novo fôlego ao observar o sucesso do evento, que agregou embarcações tó-tó-tó e um cortejo de canoas, barcos de pesca e à vela e dezenas de lanchas. Um grande público, em terra, também prestigiou a festa ecológica.

Ao mesmo tempo, o jornalista tomou conhecimento, pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe, de que o projeto em torno da criação de seu plano diretor estancara por não despertar “interesse do Estado”. Osmário procurou a deputada Susana Azevedo, da bancada governista e integrante do Passeio Aracaju de Tó-Tó-Tó desde a sua primeira edição, e ela apresentou indicação – aprovada por unanimidade - pedindo ao Estado a instalação do Plano Diretor da Bacia, ponto de partida pra um trabalho de revitalização.

A proposta seduziu a Assembléia de maneira generalizada. “Ao perceber a vontade de todos a favor da recuperação, tivemos a idéia de formar uma Frente em Defesa do Rio Sergipe”, diz Osmário, que viu ontem concretizado seu projeto.

Com adesão da Assembléia de Sergipe, da Câmara de Vereadores de Aracaju, do Ministério Público Estadual, e pelo menos outras 35 entidades, a idéia, mal nasceu, já ganhou maior magnitude. Deixou de ser Frente em Defesa das Águas do Rio Sergipe para transformar-se na Frente em Defesa das Águas de Sergipe, de modo a contemplar as seis bacias hidrográficas existentes no estado, das quais três, federais.

Num ano eleitoral, é lícito o temor de que a revitalização do rio caia no terreno do palavrório político, aquele que se hospeda no limbo das promessas não cumpridas. Mas a Frente traz em si dois méritos que animam a expectativa de resultados concretos. Primeiro, desde o nascedouro, o jornalista Osmário fez questão de ressaltar o caráter apartidário da mobilização. Procurou parlamentares dos vários matizes ideológicos e de todos eles recebeu apoio. Em segundo lugar, a proposta agrega quase a totalidade do poder decisório de Sergipe. Ou seja, não há nenhuma razão para que as boas intenções não cheguem à prática. A Frente ainda não foi oficialmente lançada, mas já se estima que os Grupos de Trabalho comecem a se formar no máximo em junho próximo. Com essa iniciativa, talvez sejam relegadas ao passado as palavras do advogado e doutor em Economia Nilton Pedro da Silva, publicadas em artigo no site da Universidade Federal de Sergipe: “Bendito sejas, Sergipe, rio que resignadamente tem aturado, durante séculos, a depredação impiedosa dos teus ingratos filhos. Até quando suportarás tão injusto e indigno tratamento?”
(AmbienteBrasil, 06/04/06)

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