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2006-04-07
Até agora, 45 dos 207 projetos de crédito de carbono registrados na ONU são brasileiros e a Econergy é responsável por quase a metade. São 19 usinas e 2 aterros, incluindo o Aterro Bandeirantes, que está vendendo seus créditos ao banco alemão KFW.

O mercado de crédito de carbono, que surgiu a partir do Protocolo de Quioto, já gerou transações de EUR 9,4 bilhões em 2005, contra os EUR 377 milhões em 2004 e cresce em proporções vertiginosas. Em 2003, a Econergy foi a primeira empresa no mundo a desenvolver e submeter à aprovação uma metodologia para o chamado MDL (mecanismo de desenvolvimento limpo), que consegue parametrizar o grau de redução das emissões de carbono em cada projeto, ou seja, foi a pioneira na efetivação de um negócio com base nas premissas do protocolo.

“Até então, ninguém havia utilizado as regras de forma a produzir o crédito. Era necessário medir o benefício de cada projeto em termos de redução de CO2, o que nunca havia sido feito. Criamos uma metodologia, levando em consideração todas as variáveis do processo, e hoje é essa a métrica utilizada mundialmente nos projetos submetidos à ONU para energias renováveis conectadas à rede elétrica”, explica Marcelo Junqueira, vice-presidente de transações da Econergy International Plc. O braço da ONU que administra as metodologias e emite os CERs (certificados das emissões reduzidas) é o UNFCC (sigla em inglês de Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) e hoje conta com cerca de 207 projetos registrados, sendo que 22 são da Econergy (1 no Equador e 21 no Brasil).

“O Brasil é um país-chave na trajetória da Econergy e no plano de negócios da companhia”, revela Thomas H. Stoner, CEO da Econergy. O acordo entre o banco alemão KFW e o Aterro Bandeirantes, no qual a Econergy foi responsável não só pela corretagem (intermediação da venda dos créditos), mas também pela consultoria envolvida no projeto, é emblemático desse sucesso. O Aterro Bandeirantes é um dos maiores projetos em geração de energia elétrica a partir do biogás do mundo, contando com 22 MW (megawatts) de energia instalada. Neste projeto, há um benefício para a sociedade global ao se reduzir a emissão do gás de efeito estufa metano que deve totalizar 8 milhões de tCO2e (tonelada de CO2 equivalente) até o ano de 2012, porém há também um benefício à sociedade local já que a prefeitura de São Paulo participa dos resultados financeiros advindos da venda dos créditos de carbono.

O maior projeto eólico do Brasil (de energia baseada no vento), localizado no Rio Grande do Sul, também é assinado pela Econergy. O projeto da empresa Ventos do Sul S/A em Osório-RS está instalando 150 MW e será também o maior projeto de energia eólica da América Latina. Neste caso, o benefício para a sociedade está na energia limpa, já que o crescimento da demanda por energia elétrica faz com que mais projetos de termoelétrica sejam instalados na ausência de uma energia limpa como o projeto da Ventos do Sul. O último leilão de energia nova do governo mostrou a clara tendência em instalar termoelétricas que utilizam combustível fóssil, assim os créditos de carbono, como um recurso adicional às energias limpas, auxiliam o país a crescer de forma mais sustentável.

Outro projeto, da Cia Açucareira Vale do Rosário, que prevê a geração de energia elétrica e vapor através da queima do bagaço de cana-de-açúcar, foi premiado como Best CDM (Clean Development Methodology) na Carbon Market Insights 2004. A usina tem capacidade instalada de 101 MW e fechou um contrato de carbono com a Agência Sueca de Energia. Esta iniciativa é memorável já que originou a Nova Metodologia número 1 submetida às Nações Unidas em março de 2003.

“O Brasil é líder mundial no segmento de crédito de carbono e um exemplo a ser seguido. A Econergy também está aqui para aprender com a experiência brasileira e ajudar a alavancar este forte movimento, tanto em projetos de energia limpa quanto no desenvolvimento e venda de créditos de carbono”, afirma Stoner. Ao todo, até agora, as atividades de corretagem de carbono da Econergy já comercializaram 4 milhões de CERs e a consultoria nessa área já se envolveu com 14 milhões de CERs que estão em seu portfólio.

Protocolo de Quioto e crédito de carbono:
O protocolo de Quioto surgiu em 11 de dezembro de 1997, em Kyoto, no Japão e entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, com a adesão da Rússia. O protocolo impõe a redução da emissão de seis gases causadores do efeito estufa, entre eles o gás carbônico (CO2), gerados principalmente pela queima de combustíveis fósseis, sobretudo o petróleo e o carvão.

Entre 2008 e 2012, os países industrializados são obrigados a reduzir em média 5,2% a emissão desses gases, tendo como base os patamares gerados em 1990. Para os países localizados na União Européia, uma legislação própria restringe ainda mais as empresas emissoras de gases de efeito estufa sob pena de multa de 40 euros por tonelada excedente para o período de 2005 a 2007.

Já países em desenvolvimento, como o Brasil, não estão obrigados a reduzir a emissão de gases, já que dentro das regras do Protocolo de Kyoto estes países que historicamente não poluíram o planeta não devem então ter uma restrição ao seu desenvolvimento, mas podem fazê-lo visando à geração dos chamados créditos de carbono. Nesses casos, a redução das emissões gera cotas que podem ser comercializadas para os países industrializados. Em geral, cada tonelada de carbono que deixa de ser emitida gera um crédito que corresponde a algo entre US$ 7 e US$ 12 (os valores variam de acordo com a demanda, tecnologia, país etc).

As formas de redução das emissões são variadas e vão desde o reflorestamento até troca de combustíveis por fontes energéticas mais limpas, por exemplo, substituição do petróleo pelo gás natural, que emite menos CO2, ou pelo álcool já que a cana-de-açúcar é classificada como uma fonte renovável (não se esgota e, no cultivo, o processo de fotossíntese se encarrega de retirar da atmosfera o CO2e emitido no uso deste combustível). A queima do bagaço de cana é outra fonte alternativa para as usinas, que podem aumentar em 10% as receitas geradas com a venda de energia, graças aos créditos emitidos.

Econergy anuncia investimentos na América Latina
Após lançar ações na bolsa de Londres, a empresa americana captou £55 milhões a serem investidos em 18 meses em projetos de energia renovável, com foco inicial na América Latina e Caribe.

A Econergy International PLC, companhia proprietária de um grupo internacional de investimentos, gestão e consultoria em energia limpa, e uma das líderes mundiais em corretagem de crédito de carbono, acaba de abrir seu capital, com a emissão de 87 milhões de ações ordinárias, em 23 de fevereiro de 2006, na AIM (Alternative Investment Market), um mercado regulamentado pelo London Stock Exchange.

As ações foram negociadas a £1 (uma libra esterlina) cada e foram captadas £55 milhões de libras (aproximadamente US$ 105 milhões) que serão utilizadas exclusivamente no desenvolvimento do plano de negócios que prevê o investimento integral dessa quantia, no prazo de 18 meses, em projetos de energia limpa e eficiência energética.

“Inicialmente nossas atenções estão voltadas para a região da América Latina e Caribe. A idéia é aplicar só no Brasil entre 40% e 50% dos US$ 125 milhões que conseguimos captar, pela Econergy (US$ 105 milhões) e por meio do CleanTech Fund (US$ 20 milhões)”, revela Thomas H. Stoner, CEO da companhia. Nesse cenário, o escritório brasileiro já está em fase de análise de sete projetos, de um total de 26, que estão sendo avaliados por toda a empresa. “Esse é um processo muito dinâmico e devemos ter novos investimentos no curtíssimo prazo”, adianta Luís Eduardo Alves de Lima, vice-presidente de investimentos da Econergy Brasil.

O Brasil foi o primeiro país a receber investimentos da empresa, através do CleanTech Fund, um fundo de investimentos gerido pela Econergy. O fundo, constituído em dezembro de 2004, conta com US$ 20 milhões em recursos a serem aplicados em projetos de energia renovável e eficiência energética e deve utilizar a totalidade dos recursos até 2009.

A NEOgás, uma empresa brasileira de distribuição de gás natural comprimido, foi a primeira companhia no mundo a receber investimentos, de US$ 3 milhões, em janeiro desse ano. “Com a capitalização da própria Econergy agora temos duas fontes de recursos a serem canalizadas para projetos de energia limpa”, explica Marcelo Junqueira, vice-presidente de transações da Econergy International.

Energia renovável e eficiência energética
A energia renovável é aquela obtida de fontes naturais, capazes de se regenerar, portanto, virtualmente inesgotável, como por exemplo, energia solar, vento (eólica), rios e correntes e matéria orgânica (álcool), entre outras. Levando-se em consideração o preço do barril de petróleo e os danos que esse tipo de energia causa ao meio ambiente, a utilização de energias limpas é uma tendência mundial, pois apresenta relação custo X benefício imensamente superior, tanto sob o ponto de vista de custo como de preservação da natureza.

A empresa brasileira de distribuição de GNC (gás natural comprimido) recebeu US$ 3 milhões em investimentos do fundo gerido pela Econergy, que conta com US$ 20 milhões para aporte em projetos de energia limpa e eficiência energética.

A NEOgás foi a empresa pioneira em projetos de Gás Natural Comprimido (GNC) no Brasil. A primeira companhia a receber autorização da ANP (Agência Nacional de Petróleo) para exercer esta atividade em território nacional. A NEOgás é uma empresa brasileira de distribuição de gás natural que tem como propósito levar essa energia alternativa a regiões que não são abastecidas por gasodutos, em um raio de até 150 km. Com sede em Caxias do Sul, mantém escritório no Rio de Janeiro e emprega atualmente 37 funcionários diretos nas áreas de engenharia, montagem de equipamentos e administração.

A NEOgás desenvolveu uma tecnologia para o segmento de GNC veicular (postos de GNV não atendidos por gasodutos) que é patenteada mundialmente. Além disso, opera outros segmentos não atendidos por gasodutos como indústrias, comércio e residências com máxima eficiência. “Analisamos o negócio e concluímos que a empresa tem alto potencial de crescimento e retorno para os acionistas, por isso investimos US$ 3 milhões do CleanTech Fund, adquirindo 24% do capital”, revela Luís Eduardo Alves de Lima, vice-presidente de investimentos da Econergy Brasil.

Entre os destaques já obtidos pela NEOgás está um negócio com a empresa chinesa Xinao International Group, envolvendo o fornecimento do sistema NEOgás, vendido sob a forma de licenciamento de tecnologia em 2004. No mesmo ano, a empresa também venceu uma licitação da Petrobrás, para o fornecimento de 12 conjuntos de semi-reboques para transporte de GNC. Neste mês, a NEOgás dará início a duas operações com bases de compressão próprias, fornecendo aproximadamente 1 milhão de m³ para clientes industriais afastados da rede existente de gasodutos. “Esse é um mercado de enorme potencial já que o gás natural é mais barato, tem grandes vantagens técnicas e polui consideravelmente menos que outros combustíveis tradicionais”, revela Norberto Lassner, diretor comercial da NEOgás.

Além disso, a troca de combustíveis tradicionais pelo gás natural pode em alguns casos gerar créditos de carbono, como fonte secundária de receita para as empresas que optarem pela energia alternativa, já que a sua combustão é mais limpa. As operações industriais de transporte de GNC pelo sistema NEOgás já proporcionam abatimento anual de 52 mil toneladas de carbono e demais gases formadores do efeito estufa. E a tonelada de CO2 vale hoje cerca de US$ 7 a US$ 10 no mercado internacional, contra os 40 euros de multa por tonelada para as empresas que não cumprirem as metas anuais de emissão estipuladas pela legislação Européia (Diretiva 87).

No Brasil, atualmente, a participação do gás natural já responde por 7,5% da matriz energética e a meta é chegar a 15% em 2015. Cerca de 1.300 postos de abastecimento distribuídos em 86 municípios do país já dispõem de gás natural e 1,092 milhão de veículos estão equipados com o combustível alternativo, contra 930 mil que era o tamanho da frota há um ano. Os dados são do IBP - Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás e do Sindicom – Sindicato das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes. A Petrobrás tem planos de dotar o Brasil de uma malha de gasodutos interligados visando fornecer 100 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, até 2010.

Entre operações próprias da empresa e projetos de terceiros que operam com equipamentos NEOgás, neste ano serão transportados mais de 3 milhões de metros cúbicos de GNC por mês, cerca de 75% do volume nacional de gás natural comprimido transportado via rodoviária. No ano passado, a empresa obteve faturamento de R$ 12,6 milhões e a perspectiva para esse ano é crescer mais de 100% a receita, revela Antonio de Azevedo, diretor financeiro da NEOgás.

O CleanTech Fund é um fundo de Private Equity, com sede em Quebec, no Canadá, e gerido pela Econergy. Constituído em dezembro de 2004, o CleanTech Fund conta hoje com US$ 20 milhões a serem investidos em projetos de energia renovável e eficiência energética, na região da América Latina.

O fundo é composto por US$ 10 milhões do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento); US$ 4 milhões da Econergy; US$ 3,7 milhões da holandesa FMO (Companhia Financeira de Desenvolvimento); US$ 1,5 milhão do mexicano Banobras (Banco Nacional de Obras y Servicios Públicos); e US$ 1 milhão da CAF (Corporação Andina de Fomento – em Caracas).

Por definição, o investimento em cada país não pode exceder a 45% do capital do fundo e o Brasil tem grandes chances de ocupar a cota máxima, já que foi o primeiro e único país até agora a receber investimentos e tem diversos projetos em análise. Cada projeto pode consumir o máximo de 15% do capital total do fundo e o teto por investimento em tecnologia (hidráulica, eólica, coogeração com biomassa, gases de aterro etc) é de 30%.
(Envolverde, 06/04/06)

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