Coriscal está na mira da Patrulha Ambiental de Cachoeira do Sul
2006-04-07
A Coriscal corre o risco de ser interditada pelo 2º Grupo de Polícia Ambiental (2º GPA) de Cachoeira do Sul em plena safra de arroz. Um prazo de 20 dias foi concedido ontem pelo comandante do 2º GPA, sargento César Gilberto Kowalski, ao presidente da Coriscal, José Derli Mouralles Pereira, para que sejam feitas as adequações nos sistemas de controle ambiental da cooperativa exigidas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) em outubro do ano passado.
Nesta quarta-feira, o 2º GPA recebeu uma denúncia sobre a emissão de uma grande quantidade de poeira no ar por parte da Coriscal. Os policiais foram até o Bairro Carvalho e constataram a veracidade da denúncia.
Como a poeira era visível no ar, os policiais foram até a Coriscal e solicitaram a licença de operação (LO) emitida pela Fepam. De acordo com o sargento Gilberto, durante a fiscalização foi constatado que a LO da Coriscal estava vencida desde agosto do ano passado, o que significa que a cooperativa está operando de forma irregular. “Depois que o prazo de validade da licença de operação expirou, em agosto do ano passado, a Coriscal solicitou a renovação da licença. Em outubro, a Fepam realizou uma vistoria na cooperativa e determinou seis adequações e melhorias nos sistemas de controle ambiental e deu um prazo até 28 de fevereiro para que as exigências fossem cumpridas. Apenas uma foi feita. Hoje, a LO da Coriscal está vencida e a cooperativa funciona de forma irregular no que diz respeito à questão ambiental “, afirmou o comandante do 2º GPA.
Segundo o sargento Gilberto, a Coriscal poderia ter sido interditada e ter todas as suas atividades suspensas já na terça-feira. Porém, como a cooperativa emprega 180 trabalhadores e está recebendo cerca de 30 mil sacos de arroz por dia, o 2º GPA optou por conceder o prazo de 20 dias para as adequações.
“A direção também demonstrou interesse em se adequar dentro deste prazo que estamos concedendo”, frisou o sargento Gilberto. Ele também já comunicou a situação para a promotora de Justiça Giani Saad, que pediu um relatório do impacto ambiental para tomar as providências judiciais cabíveis. Além de todas as adequações solicitadas pela Fepam, o sargento Gilberto informou que um plano de gerenciamento ambiental, envolvendo o 2º GPA, a Coriscal e a Associação de Moradores do Bairro Carvalho, deve ser desenvolvido.
O outro lado
O presidente da Coriscal, José Derli Mouralles Pereira, afirmou ontem que dentro de 20 dias, todas as adequações solicitadas pela Fepam serão atendidas pela cooperativa. Ele alega que a Coriscal acabou perdendo o prazo dado pela Fepam porque a empresa que venceu a licitação para fornecer os equipamentos atrasou a entrega. “Já estamos com todo o material na mão e agora só falta a instalação. O sargento Gilberto foi compreensivo conosco e dentro de 20 dias estará tudo resolvido”, salientou o presidente.
As adequações exigidas pela Fepam
O que ainda não foi feito
. Implantação nos secadores de sistema de aspersão com água para controle das emissões geradas durante a secagem
. Apresentar relatório fotográfico do sistema de controle instalado
. Instalar conjunto de filtro de mangas nas peneiras de pré-limpeza
. Apresentar laudo de amostragem da chaminé do locomóvel
. Proceder o desvio das águas pluviais dos tanques de decantação de cinzas
O que já foi feito
. Proceder o calçamento do local de carregamento de casca
(Jornal do Povo, 07/04/06)