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2006-04-07
A biota aquática da bacia hidrográfica do rio Jacaré Guaçu, na região de Araraquara, no interior de São Paulo, encontra-se em ambiente bastante impactado. A quantidade de metais pesados e organoclorados presentes na área está, na média, bastante alta. Um novo diagnóstico ambiental revela porque isso está ocorrendo.

“A ausência total das matas ciliares foi o principal aspecto que propiciou a entrada, nos mananciais, de maiores quantidade de metais, provenientes dos fertilizantes, e de alguns tipos de organoclorados”, disse o pesquisador Juliano José Corbi.

Corbi e Susana Strixino, do Departamento de Hidrobiologia da Universidade Federal de São Carlos (UfSCar), assinam, com Ademir do Santos, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara, e Marcelo Del Grande, da Universidade de São Paulo, em São Carlos, artigo sobre o assunto na revista Química Nova.

Na pesquisa, os pontos de coleta dos sedimentos, 11 no total, indicaram também a fonte dos contaminantes que, sem a barreira natural representada pela mata ciliar, eram carregados diretamente da terra para a água. Segundo Corbi, entre os córregos estudados, cinco estavam em áreas com atividade canaviera e sem mata ciliar. Outros dois se encontravam em zona de pastagem, também sem proteção natural. Dos quatro restantes, três tinham a mata nas margens bem preservada e um estava com mata ciliar razoavelmente intacta.

“Os dados mostram que a somatória do tipo de manejo do solo – pastagem ou culturas agrícolas como cana-de-açúcar, tomate, milho e algodão – e a destruição da mata ciliar aumentam a possibilidade de impactos ambientais, causando modificações nas características dos mananciais”, explica Corbi.

Segundo o pesquisador da UfSCar, essa contaminação – parte dos metais dos sedimentos ficam biodisponíveis – pode causar de forma direta a morte de algumas espécies aquáticas ou, então, entrar na cadeia alimentar e chegar até a biota terrestre.

Entre os metais medidos pela equipe, os que apareceram em maiores concentrações estavam associados com zonas canavieiras. Foi registrado para o cobre, por exemplo, concentrações próximas aos 30 miligramas por quilo em córregos próximos a zonas de cultivo de cana-de-açúcar. Nos rios com mata ciliar preservada, a quantidade desse metal esteve próximo do zero. O comportamento do zinco também foi semelhante. Em zonas de pastagens os valores dos metais foram intermediários entre as outras duas regiões analisadas.

Compostos químicos altamente tóxicos, como aldrin ou endrin, usados normalmente como inseticidas, também se mostraram presentes em maiores quantidades, quando o entorno dos rios estava ocupado pela cana. O pico do primeiro composto, que foi encontrado também nas águas onde a mata ciliar estava presente, ocorreu no córrego Ouro, onde foi registrado 1.787 microgramas por quilo de sedimento do inseticida. O endrin foi detectado em todos os córregos onde havia atividade canaviera próxima. A explicação para o registro de aldrin em todos os rios, segundo os pesquisadores, está relacionada com a alta persistência do produto no meio ambiente e pelo fato de ser facilmente carreado para as águas pelo processo de lixiviação do solo.

“Diante desse quadro, não há dúvida de que a reposição imediata das matas ciliares nesses mananciais é a garantia, a médio e longo prazo, de uma melhor qualidade da água, com um menor impacto também para a biota que vive nessas áreas”, afirma Corbi. Para ler o artigo na biblioteca virtual SciELO (Bireme/FAPESP), clique aqui.
Por Eduardo Geraque, Agência FAPESP

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