Desafio da urbanização sustentável depende da energia solar, dizem experts
emissões de co2
2006-04-06
Em algum momento no decorrer de 2006 e, pela primeira vez na historia da humanidade, o número de pessoas vivendo em cidades ultrapassará o de que vivem em zonas rurais. O novo recorde vem acompanhado de um grande desafio – tornar este crescimento sustentável para não deixá-lo se transformar em uma sentença de morte para o planeta Terra. “Quanto tempo ainda temos para começar a agir?”, é o que questiona o presidente emérito do Conselho de Diretores do Instituto do Clima, Sir Crispin Tickell.
Em 1950, quando a população urbana era de apenas 30%, o total de emissões globais de CO2 correspondiam a um bilhão de metros cúbicos. Hoje são 7 bilhões. “Nós falharemos se não atacarmos o problema agora e nos adaptarmos
às mudanças climáticas”, afirma o diretor do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), Rajendra K. Pachauri.
Para pesquisadores e governantes reunidos em Oxford, Reino Unido, no Segundo Congresso Internacional Cidades Solares, a solução é aumentar o número de áreas urbanas que utilizam sistemas solares para geração de energia e aquecimento ou refrigeração de edifícios – denominadas cidades solares. Os exemplos vêm de todos os lados, a começar pela cidade sede, Oxford.
O primeiro painel fotovoltaico instalado no Reino Unido foi exatamente aqui, há dez anos. Desde então, o interesse da população vem crescendo a cada dia e, hoje, a grande maioria quer um sistema energético eficiente instalado em casa. E quanto isso custaria? “É apenas uma questão de escolha, de como gastar o dinheiro”, responde a presidente da Iniciativa Cidades Solares de Oxford, Susan Roaf.
Um levantamento de custo realizado pela instituição mostra que, com um investimento de 200 bilhões de libras esterlinas, todas as residências britânicas poderiam ter um sistema solar. Com isso, uma redução de 65% nas emissões de CO2 seria alcançada. “O governo gasta por ano um bilhão para manter a barreira do Rio Tâmisa, 16 bilhões com o orçamento da Defesa Militar e gastaria, no mínimo, 66 bilhões para limpar uma usina nuclear. Em um planejamento alongo prazo, essa quantia não seria tão assustadora”, afirma Susan.
(Carbono Brasil, 04/04/06)
http://www.carbonobrasil.com/noticias.asp?iNoticia=12225&iTipo=1&idioma=1