Paraná bate o pé contra transgênicos
2006-04-06
O governador Roberto Requião disse na terça-feira (4/4), durante a
reunião
semanal com o secretariado, que o governo do estado vai recorrer ao
Supremo
Tribunal Federal (STF) para continuar embarcando apenas soja
convencional pelo
Porto de Paranaguá. Na terça-feira, a 3.ª Turma do Tribunal Regional
Federal
(TRF) revigorou a liminar que obriga o porto a embarcar organismos
geneticamente modificados (OGMs), concedida na semana passada à
Associação
Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), e suspensa antes de entrar
em vigor
pela juíza Vânia Almeida, também do TRF.
“Essa decisão liminar impossibilita a exportação de soja convencional,
já que o
porto tem apenas um silo público e um shiploader (carregador de navio).
A
sentença determina que o porto descumpra a legislação nacional e cometa
o crime
de misturar soja transgênica com a convencional”, argumentou o
governador. Para
Requião, não é interessante para o estado exportar soja transgênica, já
que a
produção no Paraná é, em sua maioria, de soja convencional.
Até o fechamento desta edição o superintendente da Associação dos
Portos de
Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, não havia sido notificado
da mais
recente decisão do TRF e não foi localizado pela assessoria de
imprensa do
porto. A decisão liminar, que obriga o terminal a embarcar a soja
transgênica
só passa a vigorar depois da notificação.
Durante toda terca-feira o movimento no Porto de Paranaguá, em pleno
embarque da
safra da soja, foi normal. Dois navios atracados receberam 120 mil
toneladas
dos grãos. Até ontem, o estado já havia colhido 74,7% da área de soja
plantada.
Durante o mês de março 815 mil toneladas de soja foram embarcadas por
Paranaguá,
6% a mais do que no mesmo período do ano passado. Apesar do pequeno
aumento,
para o analista de mercado da AgRural, Fernando Muraro Júnior, o
embarque de
soja está aquém do esperado para o setor. “O ritmo das exportações está
menor
do que nos anos anteriores, exceto 2005, que foi muito ruim, pelo
cenário de
desvalorização cambial e estiagem, e não há perspectiva de melhora para
este
ano”, diz.
Segundo o analista, as cargas transgênicas estão sendo desviadas para
Santos e
São Francisco, “que estão atolados de mercadoria, enquanto a espera no
Porto de
Paranaguá é de menos de 30 minutos”. Segundo a assessoria da
administração
porto, a espera em Paranaguá está menor pelo novo sistema de embarque,
que
evita filas.
(Gazeta do Povo)
http://canais.ondarpc.com.br/gazetadopovo/economia/conteudo.phtml?id=551830