Represas terão muro e cercas em Caxias do Sul
2006-04-04
O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) vai erguer, nos próximos
meses, barreiras para dificultar o uso irregular de áreas das três principais
represas caxienses. Um muro de concreto de 770 metros será construído em uma
das margens da barragem Dal Bó e 25 quilômetros de arame farpado vão cercar as
áreas do Faxinal e a Maestra - o equivalente a quase uma vez e meia a distância
entre Caxias e Farroupilha.
O investimento de R$ 800 mil, que inclui a instalação de 84 placas com alertas,
busca principalmente demarcar as terras das represas para evitar a invasão de
gado e sua utilização como depósito clandestino de lixo, mas também pretende
coibir banhos e pesca irregular. No sábado (01/04), o afogamento da estudante Simone
Alexandre de Macedo, 13 anos, na Maestra, voltou a expor o perigo das águas das
barragens.
- As cercas vão funcionar como inibidor - acredita o diretor-geral do Samae,
Marcus Vinicius Caberlon.
O muro e as cercas deverão facilitar o controle do acesso às represas e a
preservação dos recursos naturais. O Faxinal, por exemplo, é considerado um
parque ecológico.
Caberlon explica que, enquanto as barreiras não são instaladas, o Samae faz uma
fiscalização permanente das barragens e procura avisar sobre o risco principal
das represas: ao contrário dos arroios, elas têm o fundo formado por lodo, o
que amplia o perigo dos banhos. A iniciativa, contudo, não resolve o problema.
Nas ações, funcionários do órgão costumam flagrar banhistas.
- Nosso poder é orientativo, não de polícia. Não podemos tirar as pessoas da
água - justifica o diretor.
As obras ainda não têm previsão de começo, pois ainda estão em processo de
licitação para a escolha das empresas que farão o serviço. A expectativa de
Caberlon é que o muro fique pronto até o verão. Para a instalação dos 25
quilômetros de cerca, a empreiteira vencedora terá um prazo de 12 meses a
partir da data da ordem de serviço.
(Pioneiro, 04/04/06)