O brigado a reduzir o volume de água captado na Barragem da Sanga Rasa, agora 11 metros abaixo do nível normal, não restou alternativa ao Departamento de Água e Esgoto de Bagé (Daeb) senão aumentar o período de racionamento à população.

Segundo a diretora do departamento, Estefanía Damboriarena, a situação chegou ao ponto crítico, em razão da falta de chuvas regulares, agravada pelas previsões pessimistas quanto a grandes precipitações nos próximos dias, o que poderá determinar a desativação completa da Sanga Rasa. Com isso, o racionamento de água passa de oito para 12 horas diárias, a partir desta terça-feira, podendo ser modificado caso a estiagem perdure.

O principal ponto de captação do município passou a ser a Barragem do Piray, com 4,6 metros abaixo do nível normal.

Para efeitos de distribuição, a cidade foi dividida em dois setores. O setor 1, que compreende bairros e vilas das zonas Norte, Sul e Leste, fica sem água da meia-noite até o meio-dia. O setor 2, que atinge outros bairros e vilas das zonas Norte e Leste, e de toda a zona Oeste, ficará desabastecido das 12h à meia-noite. A cada cinco dias, haverá inversão dos horários de racionamento.

Ao déficit hídrico dos últimos quatro meses, de cerca de 200 milímetros, soma-se a falta de chuvas regulares há quatro anos. Em 2002, a estação de tratamento de água do Daeb registrou uma precipitação de 3.660 milímetros; em 2003, 2.767mm; em 2004, 1.674mm; e em 2005, 1.421mm. As conseqüências do racionamento, sobretudo para as famílias de baixa renda, sem caixas para armazenar água, são graves.

Um morador da zona Oeste disse que está usando todos os recipientes que tem em casa, mas não consegue garantir a água suficiente para lavar a louça e a roupa, cozinhar e fazer a higiene dos cinco membros da família.
(CP, 04/04/06)