Agronegócio pede ajuda ao governo contra as invasões
2006-04-03
Preocupados com as recentes invasões a laboratórios de pesquisas
agrícolas, empresários do agronegócio e associações de produtores rurais
pediram ontem a ajuda do Ministério da Justiça na prevenção à violência
no campo. Eles levaram uma carta aberta ao ministro Márcio Thomaz
Bastos, pedindo medidas preventivas e urgentes contra atos de
violência, numa reação às recentes ações de movimentos sociais que
resultaram na destruição de laboratórios de pesquisas de transgênicos e
plantações experimentais, como as ocorridas na Aracruz Celulose, no Rio
Grande do Sul, e na Syngenta Seeds, no Paraná. Após o encontro, o
ministro disse em nota que “ninguém está acima da lei” e que o governo
federal está “atento e preocupado’ com o assunto.
“Infelizmente, hoje a nossa sensação é que o agronegócio brasileiro
encontra-se sitiado”, afirma a carta ao ministro da Justiça. O
presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais
(Abiove), Carlo Lovatelli, disse que o setor espera que o governo
coordene um trabalho preventivo e de inteligência para garantir a
segurança nas unidades de pesquisa. Ele afirmou reconhecer a validade
dos movimentos dos trabalhadores rurais, mas criticou as recentes ações
por extrapolarem os limites legais. O ministro da Justiça ressaltou que
a Polícia Federal está atuando para evitar a ocorrência de novas
transgressões à lei. “Não criminalizamos os movimentos sociais, mas
ninguém pode transgredir os limites da lei”, reiterou Thomaz Bastos.(CP, 1 de abril)