Usinas incentivam mamona no Estado
2006-04-03
A instalação de novas usinas aptas a obter biodiesel no Rio Grande do Sul está motivando o plantio de mamona pelos produtores gaúchos. Depois das usinas de Passo Fundo e Cachoeira do Sul, é a vez de São Pedro das Missões engrossar a demanda pela cultura. A unidade ficará sob o comando da Cooperativa Mista de Produção, Industrialização e Comercialização de Biocombustíveis (Cooperbio).
O reflexo dos investimentos na indústria já chegou à lavoura. Pesquisadores e produtores que acompanham opções de fomento no Estado aguardam o resultado da colheita da mamona, considerada uma das principais culturas em potencial para o desenvolvimento do biodiesel.
A Emater/RS em parceria com a Embrapa Clima Temperado, de Pelotas, estuda a planta em 16 unidades de observação localizadas em dez regiões da empresa no Estado. O coordenador do projeto de bioenergia da Emater, Alencar Paulo Rugieri, explica a atenção dada à mamona que tem números de produção ainda incipientes no RS. "A mamona mostra potencial interessante por ser rústica e resistente à seca. É isso o que os produtores buscam, uma alternativa de produção com maior estabilidade", apontou Rugieri.
O especialista que espera o final da colheita nas 16 parcelas com 0,25 ha/cada cultivados, para verificar números de produtividade e rendimento de óleo por região, ressalta que são desembolsados R$ 400,00 por ha para o plantio, que ocorre entre setembro e dezembro.
"Apresentamos na Expodireto equipamento de extração de óleo dessas culturas que podem inserir a agricultura em outros elos da cadeia produtiva", detalha. Exemplifica que o produtor poderá vender o óleo em agroindústrias e seus subprodutos, como a torta de mamona (fertilizante).
(CP, 02/04/06)