Andres aponta década do carvão
2006-04-03
O secretário estadual de Energia, Minas e Comunicações, Valdir Andres, ao se despedir do cargo esta semana, disse que o Estado vive a década do carvão. Ao fazer um balanço de sua gestão, o secretário afirmou que nos próximos anos a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) deverá se transformar na principal empresa estatal gaúcha, atrás apenas do Banrisul em lucratividade.
A CRM teve lucro líquido de R$ 19,3 milhões no ano passado, menos da metade do apresentado pelas outras duas estatais vinculadas à secretaria: a CEEE apresentou lucro líquido de R$ 40 milhões, e a Sulgás, de R$ 40,3 milhões.
Durante a divulgação dos números relativos aos três anos e três meses nos quais permaneceu à frente da pasta, Andres avaliou que o carvão mineral será responsável por um terço da matriz energética gaúcha em 2010, ano em que o Rio Grande do Sul deverá atingir a auto-suficiência na produção de energia elétrica.
Hoje, o carvão responde por 11% da capacidade instalada do RS. Mas com a entrada em operação das usinas de Jacuí 1 e Candiota 3, prevista para daqui a quatro anos, este percentual poderá chegar a 32%. O secretário informou também que os dois novos projetos termelétricos gaúchos - Seival (500 MW), em Candiota, e CTSul (650 MW), em Cachoeira do Sul - devem ser aproveitados no segundo leilão de energia nova, marcado para o dia 12 de junho. "Hoje ainda importamos 40% da nossa energia mas, em 2010, o Estado isso não será necessário."
Também lembrou que até setembro de 2010 nove novos projetos hidrelétricos possibilitarão uma capacidade instalação de mais 1.818 MW, totalizando 1,3 bilhão de dólares em investimentos. Andres afirmou que a licitação da obra da usina hidrelétrica Garabi-Roncador, no rio Uruguai, deve ocorrer no início de 2008.
(CP, 02/04/06)