Restos de quiosques seguem na praia
2006-03-31
Oito colunas de madeira e um tonel de plástico, fixados na areia, são restos
de um verão temperado por bebidas e lanches à beira-mar no balneário de Santa
Terezinha, em Imbé, no litoral norte do Estado.
Onde antes havia um dos quiosques instalados sobre a faixa de areia, resta
somente a estrutura que sustentava a construção de madeira pintada de azul e
branco. Apesar da autorização para trabalhar até a Páscoa, dia 16 de abril,
muitos comerciantes optaram por encerrar as atividades ao final da temporada.
Com isso, iniciaram a remoção dos estabelecimentos - uma determinação da
Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) -, alguns deixando vestígios.
Lamentando os restos deixados na praia, a moradora Maria da Silva Santos
está sempre alerta para o perigo escondido nos pedaços de madeira com pregos
deixados nas dunas, onde um de seus filhos gosta de brincar. E afirma:
- Fica ruim para os veranistas e para a gente essa sujeira.
Desconhecimento sobre o compromisso com a Fepam é a explicação encontrada por
Enir Pedroso de Moraes, presidente da Associação dos Quiosqueiros da Faixa de
Areia de Imbé. A entidade realizará uma reunião no domingo, quando
esclarecerá os comerciantes sobre a necessidade de remover tudo.
- Quem não tirou, a associação se responsabiliza e vai tirar - diz.
Sabendo da existência de entulho nos balneários, o secretário de Planejamento
Urbano de Imbé, José Augusto Henkin, pretende promover a retirada do material
deixado pelos estabelecimentos, trabalho que não pode ser realizado até
agora por falta de equipamentos. Os quiosqueiros que não cumprirem com o
acordo poderão ser impedidos de operar no próximo ano. A fiscalização da
Fepam deve ocorrer depois de vencer o período de 10 a 15 dias após a Páscoa,
prazo médio para a limpeza da faixa de areia. A desobediência implicará
advertência às prefeituras.
- Esta é a primeira temporada em que não deve restar nada na praia - afirma o
chefe de serviço da região do Litoral da Fepam, o arquiteto Manoel Eduardo
de Miranda Marcos.
Em dezembro, os quiosques voltam a operar na areia, atendendo aos
pré-requisitos estabelecidos pela Fepam, como elevação em relação ao solo,
área máxima de 16 metros quadrados e distância mínima de cinco metros das
dunas.
(ZH, 31/03/06)