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2006-03-30
Cuidados começam na escolha dos materiais e incluem uso racional de energia e de água. Empresas brasileiras de projetos e construção imobiliária têm se empenhado na sinergia entre negócios economicamente rentáveis e ambientalmente sustentáveis. Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba já possuem oferta de empreendimentos operacionalmente mais econômicos, que reutilizam água pluvial reduzindo o volume mensal de gastos, por exemplo. Mas ainda são evoluções tímidas perto do potencial de desenvolvimento desse mercado.

O edifício Gran Parc Vila Nova, lançado em São Paulo pela Esser Construção e Empreendimentos, Construtora REM, G. Realty e Todaba Ambiental, no bairro Vila Nova Conceição, utiliza esse conceito, da construção à manutenção. Com obras a serem iniciadas em abril, o empreendimento já recebeu o prêmio internacional Holcim de Construção Sustentável por ter recursos como uso de lençol freático nas descargas de bacias sanitárias, na lavagem de piso e veículos, irrigação e no sistema de incêndios.

"Isso vai permitir uma economia média mensal da ordem de 180 metros cúbicos de água. E a qualidade da água de reuso será garantida pela aplicação do gás ozônio", afirma Renato Mauro, diretor da REM Construtora.

A água será aquecida com energia solar e bombas de calor, evitando desperdícios por queda de temperatura - a economia mensal que o condomínio conseguirá com isso é calculada em aproximadamente 5.581 quilowatts-hora (kWh). A iluminação das áreas comuns do prédio empregará lâmpadas fluorescentes de alto desempenho e reatores eletrônicos acionados por sensores de presença e foto-células. Segundo Mauro, o sistema vai proporcionar economia da ordem de 4 mil Kwh.

Na construção, está sendo usado um tipo de cimento cuja composição reduz a emissão de gás carbônico. Já o revestimento do edifício empregará materiais metálicos reutilizáveis em substituição da madeira.

Os funcionários passarão por treinamento para a venda do lixo reciclável e evitar que cerca de 3 mil quilos de lixo sigam para aterros sanitários públicos. Pelos cálculos dos empreendedores, as medidas ambientais adotadas no condomínio serão equivalentes a uma economia mensal de 1,2 mil litros de petróleo e 1,5 tonelada de bauxita.

A construtora mantém ainda, dentro do conceito do "eco-negócio", o REM Plus, que permite aos moradores escolherem os revestimentos do apartamento ainda na planta (entre opções predeterminadas), para que não seja necessário fazer uma troca na entrega da unidade, evitando o desperdício de materiais.

Para o arquiteto George Hochheimer, do escritório Hochheimer e Imperatori Arquitetura, o conceito de sustentabilidade tem sido usado como clichê de marketing. "Temos o green building, que são empreendimentos com mínimo de impacto no meio ambiente e menor consumo de energia, mas sustentabilidade é um conceito mais amplo, que envolve não só crescimento econômico mas equilíbrio ecológico e social. As empresas já utilizam um pedacinho do conceito, mas estamos atrasados." Ele cita Curitiba como exemplo, onde todas as obras e projetos em andamento são obrigados, desde 2003, a incorporar o reuso de água - o que, em São Paulo, ainda é vendido como diferencial.

"Os principais empreendimentos sustentáveis hoje são favelas e comunidades pobres. Por não terem condição de investir em infra-estrutura, eles implantam biodigestores para tratamento de esgoto. Em Petrópolis, isso foi implantado na favela de Sertão de Carangola por cerca de R$ 20 mil para 300 famílias".

Para ele, esse tipo de solução não é implementado em maior escala por falta de interesse de empreiteiras. "O Ministério das Cidades aponta a necessidade de R$ 180 bilhões para sanear as cidades brasileiras, receita que as empresas prestadoras de serviço não querem perder".

Em países como Alemanha, o conceito de sustentabilidade está bem mais avançado. O governo compra o excedente energético dos empreendimentos (que captam energia luminosa e transformam em elétrica - energia fotovoltaica) e utiliza na rede pública. "Se o edifício produzir além de sua necessidade de consumo, a rede pública compra o excedente por preço muito mais alto do que cobra no abastecimento, já que sai mais barato do que gerar em usina."

Delta do Parnaíba
O escritório Hochheimer e Imperatori trabalha esse conceito num projeto de ecoturismo em Delta do Parnaíba (divisa do Piauí e Maranhão), que inclui uso de mão-de-obra local, educação ambiental e construção com materiais biodegradáveis. "São duas áreas em ilhas de preservação. A primeira, no mangue, terá 25 bangalôs, utiliza materiais como argila do solo local, manejo da madeira e mão-de-obra da comunidade." A outra área, de cerrado, terá dois hoteleiras, somando 120 leitos.

"Até pela dificuldade de acesso, o público será de poder aquisitivo alto, que investe na experiência diferenciada." A água terá tratamento em biodigestores que reaproveitam o esgoto. A coleta de lixo será feita no conceito de reciclagem. "Serão três anos de trabalho e a idéia é criar um modelo de gestão sustentável." Uma oportunidade rara no Brasil de amarrar investidores, meio ambiente, comunidade, governo e visitantes, diz Hochheimer.
(GM, 30/03/06)

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