Ciclone pára exportação de minério de ferro na Austrália
2006-03-29
Os três principais portos de escoamento de minério de ferro foram fechados e as operações petrolíferas e de gás da Austrália foram paralisadas na quarta-feira (29/03), enquanto as embarcações exportadoras fechavam com ripas suas escotilhas, como preparativo para a passagem do furacão Glenda. A Rio Tinto e a BHP Billiton, duas das maiores exportadoras de minério de ferro do país, interromperam suas atividades nas unidades portuárias de Pilbara, enquanto o Glenda se aproximava da região costeira noroeste.
A interrupção deve comprometer o fluxo no já apertado mercado de minério de ferro em razão da demanda robusta vinda da China e dos gargalos na oferta. A Rio Tinto lacrou as atividades nos portos de Dampier e Cape Lambert, no início da manhã de hoje. "Os barcos foram mandados para o mar. Eles fizeram as últimas entregas na manhã de hoje e vão esperar as previsões de tempo para ver se adotaremos o stand by completo", disse a porta-voz da Rio Tinto. A BHP também fechou suas operações exportadoras do Porto de Hedland.
A Rio Tinto declarou força-maior em relação às suas exportações de Pilbara após os efeitos provocados por três ciclones, e as chuvas pesadas terem afetado a sua produção. A mineradora é a maior produtora de minério na região de Pilbara e, junto com a BHP e a brasileira Companhia Vale do Rio Doce, negocia aumento de 15% a 20% nos preços do produto nos contratos de fornecimento com a China e o Japão para o ano fiscal japonês que começa em 1º de abril.
O governo de Pequim mostrou-se enfurecido com o aumento de 71,5% que as companhias impuseram às siderúrgicas chinesas no ano passado e tem ventilado, nas últimas semanas, que tentará conter um novo aumento para as siderúrgicas. As três companhias respondem por cerca de 70% das exportações globais de minério de ferro. O Glenda encontrava-se 315 quilômetros ao norte do Porto de Hedland e estava previsto que se aproximasse da costa no fim do dia de hoje, com ventos de 125 quilômetros por hora.
(Agência Estado, 29/03/06)
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