O forte esquema de grilagem de terras na Região Centro Maranhense, denunciado recentemente pelo presidente da Famem, Cleomar Tema Cunha, continua prejudicando centenas de famílias carentes. Uma delas é a do agricultor Gilson Oliveira Almeida, morador do povoado Soturno, município de Fernando Falcão, localizado a 540 quilômetros da capital do Estado.

Munido de farta documentação, Gilson Almeida veio a São Luis, ontem, em busca de apoio das autoridades para evitar que seu pai Antonio Leôncio Almeida, de 67 anos, sua mãe Adélia Oliveira Almeida, de 66 anos, e seus sete irmãos, alem de primos, esposas, filhos e netos sejam despejados da terra onde moram há várias décadas. Segundo Almeida, seu pai Antonio Leôncio nasceu na referida propriedade que pertencia a seu avô José Leôncio Almeida.

Para surpresa de todos , em 24 de setembro de 2003, Gilson Almeida recebeu cópia de uma liminar concedida pela Juíza da Segunda Vara da Comarca de Barra do Corda, Lucia Helena Heluy da Silva, atendendo a uma Ação de Interdito Proibitório. A referida ação afirmava que a família dele havia invadido as terras dois dias antes sem ordem judicial.

Até hoje, Gilson tenta provar com escrituras publicas, lavradas e registradas em cartório que seu pai é o legítimo proprietário das terras onde nasceu e permanece morando até os dias atuais.
(Jornal Pequeno – MA, 29/03/06)