Montadores do parque eólico de Osório esperam montar dois geradores nesta semana
2006-03-29
Se o tempo ajudar, nesta semana poderão ser montados dois novos geradores no parque eólico de Osório, coroando o esforço para vencer a defasagem da parte mais delicada da obra – a montagem das torres e o acoplamento das hélices e dos geradores nas cúpulas, a 98 metros do chão.
Um balanço rasteiro da construção indica que na próxima sexta-feira (31/3), vencida a quarta parte do ano, o parque estará com 10% dos seus 75 cata-ventos montados, quase 50% das bases concretadas e mais de 80% das suas estradas prontas. A linha de transmissão está praticamente pronta, mas falta terminar a subestação que enviará a energia para a CEEE.
Os montadores da usina eólica passaram a manhã de sábado (25/3) enfiando cabos de transmissão no oco da sétima torre, mas ao meio-dia tiveram de parar o trabalho por causa da chuva e do vento sul. Mais uma vez uma mudança climática impediu a instalação de um gerador do parque eólico da Ventos do Sul.
Com as chuvas da entrada do outono, a lama tomou conta dos caminhos de acesso ao canteiro de obras, mas não desanimou os visitantes que, atraídos pelos seis cata-ventos prontos, se aproximam para ver e fotografar a nova maravilha do litoral norte do Rio Grande do Sul. O tráfego de caminhões-caçamba e jamantas-cargueiras está prejudicado pela presença de automóveis parados ou em marcha lenta.
A maioria dos curiosos/turistas não compreende porque, tendo autorizado a compactação com saibro e brita de quatro quilômetros da estrada municipal Afonso Cardoso, a Fepam vetou seu asfaltamento, sob a alegação de que isso impermeabilizaria o solo. Na realidade, a pavimentação, tal como foi feita, já impermeabilizou a estrada que corta brejos numa região em que o lençol freático aflora à superfície.
O problema agora é outro. Com o tempo seco, o movimento de veículos levanta bastante poeira, uma forma de poluição incômoda tanto para os moradores (poucos) quanto para os motoristas (muitos), que correm risco de acidentes devido à perda da visibilidade. A longo prazo, tudo indica que a Fepam deverá rever seu veto ao asfalto.
Quando estiver em pleno funcionamento, em 2007, o parque eólico de Osório, com 150 MW, poderá responder por 3,3% da demanda máxima de eletricidade no Rio Grande do Sul – 4461 MW, registrada no início da tarde de 11 de janeiro de 2006, uma quarta-feira.
Por Geraldo Hasse, de Osório, para O Diário dos Ventos, série exclusiva do Ambiente Já e Jornal Já – www.jornalja.com.br.