Investigadores do Congresso entram com material radioativo nos EUA
2006-03-29
Investigadores secretos do Congresso conseguiram contrabandear para os Estados Unidos material radioativo suficiente para fazer duas consideráveis bombas atômicas, mesmo depois de terem ativado os alarmes de detectores de radiação instalados em pontos de vistoria, diz uma reportagem de imprensa. O teste, feito em dezembro pelo Escritório de Prestações de Conta do governo, demonstrou o progresso do Departamento de Segurança Nacional, dentre outras agências do governo, em tentar evitar que terroristas entrem ilegalmente com material radioativo nos EUA.
Nacionalmente, a um custo aproximado de U$ 286 milhões, cerca de 60% de todos as materiais que entram nos EUA por caminhão ou navio e 77% de todos os carros privados agora sofrem inspeção por material radioativo. Mas falhas nos procedimentos de inspeção e limitações nos equipamentos significam que material nuclear ainda pode ser enviados ilegalmente ao país por meio de portos e pelas fronteiras terrestres, descobriu o estudo. E já que o programa para instalação de detectores radioativos está bastante atrasado, muitos pontos de fronteira, incluindo portos, ainda não Têm equipamentos de detecção, diz o relatório.
“Nós sofremos de muitos problemas na segurança das cargas”, disse o senador Norm Coleman, de Minnessota, fez uma declaração acompanhando o relatório, que será lançado nesta terça-feira em uma auditoria no Senado. No caso teste, investigadores secretos trouxeram uma pequena quantia de material radioativo, na maioria césio. Então, em 15 de dezembro, eles atravessaram em pontos da fronteira no Canadá e no México, escolhendo intencionalmente pontos onde os detectores haviam sido instalados.
Os alarmes tocaram em ambos os lugares, e os chamados para um interrogatório. Em ambos os casos, eles mostraram para os agentes de fronteira licenças falsas de importação da Comissão Reguladora Nuclear, com base na imagem de um documento real encontrado na internet. O problema, diz o relatório, é que os agentes da fronteira não estão acostumados a conferir a veracidade de licenças de importação como aquelas.
David McIntyre, porta-voz da Comissão Reguladora Nuclear, contestou a afirmação de investigadores do Congresso, dizendo que a quantidade de material não seria suficiente para fazer uma bomba. Mas McIntyre disse que concordava que oficiais da alfândega deveriam ser capazes de confirmar rapidamente a validade das licenças de importação. “Estamos trabalhando com as alfândegas e o Departamento de Segurança nacional para nos certificarmos de que essa informação entre em vigor até 24 de julho”, disse ele.
(The New York Times, 28/03/06)
http://ultimosegundo.ig.com.br/materias/nytimes/2321001-2321500/2321002/2321002_1.xml