Seminário em Santa Maria mostra que, após o álcool, nova aposta é o biodiesel
2006-03-29
Menos poluente e uma nova opção de renda a pequenos agricultores. É assim que o
governo federal vende a idéia do biodiesel, um combustível alternativo feito de
vegetais. Lançado em 2004, o Programa Nacional do Biodiesel foi apresentado
na segunda-feira (27/03) em Santa Maria com promessas revolucionárias.
No Seminário, que ocorreu no Centro Universitário Franciscano (Unifra), foram
mostrados diversos benefícios econômicos, ambientais e sociais que o uso do
biodiesel pode trazer (veja quadro). Conforme o governo, a partir de 2008, o
diesel vendido nos postos de combustíveis do país deverá ter 2% de biodiesel.
Como a matéria-prima do biodiesel são plantas que contêm óleo, como mamona, soja
e girassol, ele abre um mercado aos agricultores que plantarem e venderem as
sementes. Entre os palestrantes, estava o ministro do Desenvolvimento Agrário,
Miguel Rosseto. Ele falou dos incentivos do governo, como a redução de impostos
e a oportunidade de financiamento às empresas interessadas no produto.
- Além do lado econômico, é um projeto social de geração e distribuição de renda
- ressaltou.
Rosseto apontou que a região tem potencial no mercado agrícola e deve abraçar a
oportunidade, podendo se tornar um grande produtor.
O engenheiro da Petrobras Carlos Khalil apresentou estudos feitos pela estatal
na área. Ele disse que o país só tem a ganhar com o biodiesel, desde que o
programa siga as regras corretas:
- Quando o programa foi lançado, o presidente Lula pediu que aprendêssemos com
os erros e acertos do álcool. Na Europa, a imagem hoje é de que o Brasil tem
tudo para se tornar a Arábia Saudita do biodiesel.
Preço deverá ser igual ao do diesel
Segundo Khalil, os motoristas podem ficar tranqüilos, pois a adição de biodiesel
no diesel comum não exigirá que se mexa no motor. O rendimento continuará o
mesmo. Sobre preços, o pesquisador não foi tão otimista. O biodiesel não deverá
ser um combustível barato, assim como era o álcool quando surgiu no país, noa
anos 80.
- A lógica é trocar o diesel por um combustível melhor e que tenha o mesmo preço
- disse Khalil.
Para o secretário de Desenvolvimento Rural de Santa Maria, Ildo Callegari, o
programa abre um novo mercado para quem planta soja na região, pois cria mais
uma opção na hora de vender sua produção.
(Diário de Santa Maria, 28/03/06)