Criadas áreas de proteção marinha em 5% do Pácífico
2006-03-28
Um grupo de ongs ambientalistas – CI, IUCN, TNC e WWF - e ministros do Meio Ambiente de países-ilhas vão anunciar nesta terça-feira (28/03) à noite em Curitiba a criação de várias áreas de proteção marinha. A iniciativa é considerada um dos maiores esforços já feitos no mundo para a conservação da biodiversidade oceânica, um dos principais temas em discussão na COP8 (8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica). Ainda não se conhecem detalhes do modelo de proteção que será adotado por cada país.
Micronésia (Pacífico Ocidental), Palau, Federação dos Estados da Micronésia e Ilhas Marshall comprometeram-se a estabelecer uma rede de reservas marinhas com área total de 6,7 milhões de quilômetros quadrados, que representam 5% da área total da região do Pacífico. Segundo Joel Miles, do Escritório de Resposta Ambiental de Palau, a costa protegida pelo anúncio equivale à linha costeira de todo o Golfo do México. Miles diz que há na região 66 espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção e 58% de todas as espécies de coral conhecidas.
Hoje Palau, FEM e Ilhas Marshall contam com mais de 50 áreas de proteção terrestre e mais de 50 MPA (Áreas de Proteção Marinha). Outras áreas de proteção serão anunciadas pelos governos de Kiribati, também na Micronésia, Fiji (Pacífico Meridional) e Granada (Caribe). A MPA de Kiribati ocupará cerca de 150 mil quilômetros quadrados, equivalente ao tamanho do Estado da Flórida nos Estados Unidos.
Projetos da CI - A CI (Conservação Internacional) vai aproveitar a presença dos ministros dos países-ilhas para anunciar um reforço a seus projetos de conservação da biodiversidade marinha e das ilhas. Atualmente, a organização desenvolve duas iniciativas na região do Pacífico.
Uma delas, financiada pela Austrália, começou em junho de 2005 e trata da prevenção, do controle e da erradicação de espécies invasoras, como ratos, formigas e algumas espécies de pássaros. “O ecossistema das ilhas torna-se muito mais frágil quando predadores exóticos invadem”, diz François Martel, diretor da CI para a região do Pacífico. A segunda iniciativa é uma parceria entre a CI, o WWF e o governo da França para a conservação marinha, a Iniciativa dos Recifes de Coral para o Sul do Pacífico, com investimento total de US$ 7,2 milhões.
Por José Alberto Gonçalves, Assessoria de Imprensa COP8/MOP3