MESMO COM APOIO DO MMA, EMPRESA COMEÇA A FICAR ISOLADA NO ES
2001-09-27
Nos últimos tempos, a oposição à ampliação da produção de celulose pela Aracruz, ficou maior por causa da redução drástica nos postos de trabalho oferecidos pela Aracruz. Além disso, segundo o deputado Robson Neves, a companhia não paga nenhum tipo de imposto, nem ao Estado do Espirito Santo nem aos municípios locais, onde estão localizadas as plantações. A frente opositora, integrada inicialmente por um reduzido número de ONGs e organizações indígenas, cresceu, reunindo agora muitos outros setores da sociedade organizada que viram-se afetados, como as comunidades afro-brasileiras, os produtores de carvão vegetal, os pescadores, os camponeses sem terra, os sindicatos, os pequenos produtores rurais e, também, o meio acadêmico, as ONGs sociais e ambientalistas, políticos e outros cidadãos preocupados com a questão. Nesse contexto, o autor da lei, o deputado Nasser Youssef, lançou a idéia de organizar um seminário internacional sobre o eucalipto, aberto tanto àqueles que apóiam o plantio dessa espécie quanto àqueles que se opõem. A Aracruz, teria seus representantes ao lado de painelistas de vários estados do Brasil e de outros países como Chile, África do Sul e Tailândia, mas declinou o convite. Justificou que os organizadores do Seminário optaram por uma abordagem claramente ideológica e tendenciosa. Informou ainda que suas plantações mântem a biodiversidade, conservam os solos, protegem os recursos hídricos, geram emprego e renda, contribuem para o desenvolvimento regional e geram impostos. Cabe assinalar que, uma vez finalizado o seminário internacional, a Aracruz organizou seu próprio seminário cuja inauguração esteve a cargo do mesmo Ministério Federal do Meio Ambiente que também recusara o convite para participar do seminário internacional. (Jornalismo Ambiental/BR)