(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2006-03-28
Embora o Brasil seja auto-suficiente em termos de tecnologia para a conversão da biomassa em energia, esta fonte energética ainda é pouco desenvolvida no país e no Rio Grande do Sul quando comparada a outras como eólica ou solar. A falta de subsídios e de apoio do governo para investimentos na biomassa — que aproveita resíduos de madeira e casca de arroz, entre outros combustíveis orgânicos — são as razões para este cenário, segundo o engenheiro químico e diretor da PTZ – Fontes Alternativas de Energia , Ricardo Pretz.

Agrava o problema o fato de o investidor da biomassa não ter isso como principal atividade, além de não ser um especialista na área e em mercados de energia. "Diferentemente do que ocorre com a energia solar e a eólica , é o empresário que detém a biomassa. É ele também que precisa se endividar para que as coisas aconteçam". Além disso, acrescenta, a falta de sensibilidade dos agentes financeiros também reduz a possibilidade de se investir em novos projetos. "Como o empresário não dispõe de incentivo, opta por investir no negócio em que está e continua poluindo", afirma Pretz, classificando como "deprimente" o atual cenário do país neste ramo.

Sua preocupação faz sentido. Em 2004, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil produziu cerca 13.277 toneladas de arroz. O Estado do Rio Grande do Sul respondeu por quase metade deste total, aproximadamente 6.338 toneladas. "O setor arrozeiro é o carro-chefe do Estado e deve ter seu lixo agro-industrial melhor aproveitado", avalia. A coordenadora do Setor de Energias Renováveis da Secretaria Estadual de Energia, Minas e Comunicações (SEMC), Jussara Leite Mattuella, confirma ser a casca de arroz o insumo mais propício para a geração de energia através da biomassa.

Segundo o engenheiro químico, "dentro do setor arrozeiro temos entre 90 e 138 MW de capacidade a ser instalada. Somando ainda o setor madeireiro, o Estado tem um potencial em torno de 250 MW que pode ser conquistado apenas através da queima destes resíduos".

Resíduos geram solução energética
Uma das principais vantagens apontadas pelo diretor da PTZ é o fato de a biomassa retirar uma área já degradada do meio ambiente para se gerar uma solução energética no mesmo local. "Ela é duplamente benéfica, mas infelizmente ainda estamos apenas engatinhando para a possibilidade de seu aproveitamento", analisa. Pretz discursou durante o Fórum de Energia, realizado na última sexta-feira (24/03), em Porto Alegre. O evento teve por objetivo apontar soluções e alternativas para o abastecimento energético do Estado nas próximas décadas.

Soma-se aos benefícios da biomassa o baixo custo de aquisição e de implantação desta fonte de produção de energia. "É necessário apenas metade da verba investida na energia eólica, por exemplo", comenta. Trata-se também de uma fonte renovável e de fácil armazenamento, além de suas emissões não contribuírem para o agravamento do efeito estufa. "Sempre vamos transformar quantidades grandes em quantidades menores pela interferência da combustão", afirma o diretor da PTZ, acrescentando que o volume de cinzas sempre é menor do que o volume de biomassa, "o que reduz os impactos ambientais significativamente".

Ele reconhece, entretanto, haver impacto ambiental. Mas frisa ser 100 vezes menor do que as fontes convencionais. "70% da poluição gerada no mundo é causada pelo próprio uso da energia. O restante decorre do uso indireto, na forma de matéria".

Outras fontes
As fontes de recursos de biomassa podem ser de dejetos de madeira (serragem) e resíduos agrários (como de arroz, de cana-de-açúcar, de girassol e restos de palha da lavoura), bem como biogás proveniente da criação de gado ou suínos. A energia pode ser obtida através da queima do carbono e do hidrogênio que estão contidos nas combinações orgânicas da biomassa, liberando dióxido de carbono, água e calor.

Conforme o site da SEMC, os principais pólos produtores de arroz no Rio Grande do Sul são Alegrete, Bagé, Camaquã, Dom Pedrito, Itaqui, Pelotas e São Borja. A região gaúcha figura como maior produtor do país, respondendo por 1.200.000 toneladas/ano de casca de arroz. O potencial termelétrico estimado de geração de energia a partir da casca de arroz é de 100MW por ano.

Há atualmente em operação sete usinas à biomassa no Estado. Quatro à base de casca de arroz; duas através de resíduos de madeira e uma a partir de celulose. Há ainda duas outras em construção, também à base de casca de arroz, além de outros nove projetos. Veja mais informações no site www.semc.rs.gov.br.
Por Tatiana Feldens

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -