A 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP8) será o primeiro evento neutro em carbono da América Latina. Após analisar a emissão de gás garbônico (CO2, - o principal gás responsável pelo efeito estufa) de todos os produtos e serviços criados para o funcionamento da convenção durante as duas semanas do evento, a organização The Green Initiative concluiu que a COP8 será responsável pelo lançamento de cerca de 1.200 toneladas de gás carbônico na atmosfera. Um carro 1.0, regulado e rodando cerca de três mil quilômetros por mês, emite menos do que quatro toneladas/ano.

Para compensar as emissões, o secretariado da CDB e o governo do Paraná fizeram uma parceria para o plantio de 10 mil mudas de árvores nativas, que em tese vão seqüestrar da atmosfera o equivalente à quantidade de carbono gasta pela COP8.

O plantio simbólico das primeiras duas mil mudas será nesta quarta-feira (29), às 8h, no Parque da Ciência, em Curitiba. O secretário-geral da CDB Ahmed Djoglaf plantará uma muda de araucária, espécie nativa praticamente extinta. Outras oito mil mudas serão levadas para a Área de Proteção Ambiental de Irai, no município de Quatro Barras.

Para calcular a quantidade de gás carbônico gerada pela COP8, os especialistas da Green Initiave consideraram as emissões provenientes do uso de energia elétrica, água e produção de resíduos do Expo Trade Center, sede do evento. Esses itens foram os responsáveis por quase mil toneladas de CO2. As emissões relativas ao transporte utilizado pelos cerca de três mil participantes do evento deverão atingir a marca da 55, 6 toneladas. Os participantes propriamente contribuíram com 53,8.

“Nós levantamos os dados de cada item, cada produto e serviço e os enviamos para o laboratório OEKO, na Alemanha, que fez os cálculos e projetou a quantidade necessária de árvores para fazer o resgate do carbono da atmosfera”, explica Roberto Figueiredo Strumpf, consultor da Green Initiative.

Segundo ele, a iniciativa de neutralizar os gases do efeito estufa une a CDB ao Protocolo de Quioto, cujo objetivo é reverter o aquecimento global por meio da adesão dos países às metas previstas no documento criado na Rio 92 e que entrou em vigor em 2005.
(MOP3-COP8, 27/03/06)