A Companhia Suzano, de São Paulo, lançou o primeiro papel do tipo Offset totalmente reciclado, produzido em escala industrial no Brasil. Trata-se do Reciclato, cuja estimativa inicial de produção e venda é de 300 toneladas por mês. - Ainda não chegamos a esse estágio, confessa o Gerente de Desenvolvimento de Novos Produtos da Suzano, Paulo Sodré. Pretendemos atingi-lo antes do final do ano. A característica mais destacada do produto, 100% reciclado, é a sua composição: 75% de aparas pré consumo, derivadas da própria fabricação de papel da indústria, e 25% de aparas pós consumo, oriundas da coleta seletiva. Como a empresa não produz matéria-prima suficiente, associou-se à Coopamare, uma cooperativa de catadores de papel. A Suzano firmou uma parceria para a compra de 40 toneladas por mês de papel reciclável, aumentando a receita da Coopamare. Por conseqüência, parte dos projetos sociais, voltados para os catadores e suas famílias, foram viabilizados. Além de reciclado, o novo produto da Suzano é ECF. A companhia também é pioneira na produção de celulose livre de cloro elementar, e começou a fazer papel 100% ECF a partir de 1992. O branqueamento é feito com oxigênio (O2), dióxido de cloro (ClO2) e peróxido de hidrogênio (H2O2). Outra característica do Reciclato é a cor natural. Segundo Paulo Sodré, essa tonalidade é das aparas pós-consumo, cujo principal componente é o papelão ondulado, que tem coloração marrom, a chamada cor natural. Não são adicionados aditivos de branqueamento durante a reciclagem. - Mesmo assim, não podemos afirmar se a celulose que produziu este tipo de aparas contém cloro ou oxigênio no seu processo de branqueamento, ressalva. O lixo urbano contém um elevado percentual de aparas não branqueadas, como a caixa de papelão ondulado, que é feita sem adição de branqueadores ópticos (agentes químicos utilizados para a confecção de papéis brancos, com coloração azulada que realça a alvura).