BID vai comprar crédito de carbono
2006-03-28
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vai comprar créditos de carbono
de uma ONG brasileira para compensar as emissões geradas por causa da sua
reunião anual, que acontece em Belo Horizonte (MG) nesta semana. Segundo um
comunicado do BID, o banco comprará 11 mil Reduções Verificadas de Emissões
(RVE, o nome formal dos créditos) da ONG Instituto Ecológica. A transação
acontece por meio de uma firma internacional de corretagem ambiental, a CO2e.
O negócio vai impulsionar um projeto destinado a substituir os combustíveis
fósseis queimados na Ilha do Bananal (TO) por biodiesel, que joga menos gás
carbônico na atmosfera. O biodiesel alimentará bombas hidráulicas para irrigação
local, tratores e geradores de energia usados por pequenos agricultores. A
duração do projeto será de quatro anos.
A reunião do BID envolve algum tipo de emissão de carbono, direta ou
indiretamente: pode ser no deslocamento dos participantes, na geração de energia
para alimentar lâmpadas e ar-condicionado ou na fabricação do papel que será
usado. Como serão 9 mil participantes, a reunião deve gerar o equivalente a 11
mil toneladas de carbono.
"Estamos comprometidos em fazer tudo que pudermos para enfrentar a questão da
mudança climática na região e propiciar oportunidades de desenvolvimento
sustentável às comunidades locais", disse o presidente do BID, Luis Alberto
Moreno.
A emissão de carbono na atmosfera, na forma de gás carbônico, é um dos
principais causadores do efeito estufa, que por sua vez provoca aquecimento
global e mudanças climáticas. A compra de créditos de carbono é um dos
mecanismos de desenvolvimento limpo, que funcionam atrelados ao Protocolo de
Kyoto - acordo internacional que visa justamente reduzir as emissões do gás.
Ele funciona sob um preceito simples de compensação: quem emite menos carbono
tem um crédito, que pode ser adquirido por quem emita mais.
(Jornal O Povo,
27/03/06)