O Brasil vai receber US$ 60 milhões nos próximos quatro anos para o desenvolvimento de ações de conservação e uso sustentável dos recursos naturais. A verba será repassada pelo Global Environment Facility (GEF), ou Fundo Global para o Meio Ambiente, que é um mecanismo de cooperação internacional com a finalidade de prover recursos adicionais e fundos concessionais para cobrir custos em projetos que beneficiem o meio ambiente global.

“Este recurso, que é repassado a fundo perdido, deverá ser destinado para a conservação da biodiversidade brasileira. Agora, cabe ao governo brasileiro orientar a aplicação destes recursos”, afirmou o representante do GEF, o peruano Gonzalo Castro, gerente da equipe de biodiversidade do GEF.

Segundo ele, o recurso refere-se a projetos que o Brasil conseguiu aprovar no período de alimentação financeira do GEF, há cerca de quatro anos. “A carteira do Brasil no GEF é grande”, disse Castro. De acordo com ele, o Fundo negocia, durante a 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP8), junto aos países ricos, o aporte financeiro para o período de 2010 a 2014.

GEF libera US$ 1 milhão para Rede de Fundos Ambientais
Gonzalo Castro anunciou também a aprovação de um projeto da Rede de Fundos Ambientais da América Latina e do Caribe (RedLAC) no valor de US$ 1 milhão. “É o primeiro projeto da RedLAC aprovado pelo GEF”comemorou o presidente da Rede, o também peruano Alberto Paniagua.

O projeto prevê a criação de um banco de dados das ações de conservação e uso sustentável dos recursos naturais dos 21 fundos ambientais de 14 países (Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Panamá, Peru e Suriname) ligados à RedLAC. O intercâmbio das experiências bem sucedidas também é previsto no projeto.

No total, esses fundos movimentam US$ 700 milhões em mais de três mil projetos ambientais. Somente dois fundos brasileiros, o Fundo Nacional de Biodiversidade (FunBio) e Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) são filiados à RedLAC.

O anúncio foi feito durante evento paralelo da 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP8). Paniagua também destacou que a delegação peruana, auxiliada pela RedLAC, apresentou à plenária da COP8 uma proposta para que a Convenção adote os fundos ambientais como mecanismos financeiros para ações e projetos ambientais
Por Eduardo Nunes e Valdeci Lizarte, Assessoria de Imprensa COP8/MOP3