SP adere a programa do Greenpeace de proteção à floresta amazônica
2006-03-27
O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, assinou sábado (25) termo de compromisso com o programa "Cidade Amiga da Amazônia", do Greenpeace. De acordo com o termo, o estado deverá elaborar política de compras responsáveis para a madeira nativa utilizada em obras e serviços públicos. O termo estabelece que apenas madeira com origem em planos de manejo florestal será aceita dos fornecedores do governo. Madeira de extração predatória e de desmatamentos serão descartadas. São Paulo é o primeiro estado brasileiro a participar do programa, que já está em andamento em 28 municípios brasileiros.
- Vamos ajudar a preservar a Floresta Amazônica tomando conta da madeira que chega aqui em São Paulo. Nós vamos trabalhar para impedir a entrada de madeira criminosa no Estado, ajudando também a aprovar o projeto de lei da Mata Atlântica, de autoria do Fábio Feldmann - afirmou Alckmin.
- A partir do momento em que o poder público passa a controlar a origem da madeira utilizada em suas obras, estimula o setor madeireiro a manejar a floresta, ou seja, explorar madeira de forma seletiva e com baixo impacto ambiental, ao invés de promover e se aproveitar do desmatamento. Quem trabalha com madeira de origem criminosa perde mercado - afirma Rebeca Lerer, coordenadora do Cidade Amiga da Amazônia.
Cerca de 15% de toda a madeira extraída na Amazônia em 2004 teve como destino o mercado paulista. Este volume é três vezes maior do que o total exportado para os Estados Unidos - o principal importador de madeira amazônica - no mesmo período. Estima-se que entre 60% e 80% de toda madeira amazônica tenha origem ilegal.
De acordo com dados divulgados pelo governo federal, 35 mil km2 de floresta foram desmatados entre 2003 e 2005, uma área equivalente a 14% do Estado de São Paulo. Cerca de 70% do desmatamento é ilegal e, destas áreas, são extraídos grandes volumes de madeira utilizada na construção de escolas, prédios públicos, postos de saúde e obras de infra-estrutura.
(Globo Online, 25/03/06)