Presidente da CBA aponta crime ambiental no Rio
2006-03-27
O presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, Paulo
Scaglione, criticou sem meias palavras o Judiciário fluminense, na
novela de adaptação do autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, para o
Pan 2007. Ele falou à revista Consultor Jurídico ao deixar a audiência
presidida pela juíza Jacqueline Montenegro, titular da 6ª Vara de
Fazenda Pública do Rio, na qual a CBA firmou acordo com a Prefeitura e o
Ministério Público Estadual sobre as obras no circuito carioca.
“Considerei criminosa a atitude praticada pela Riourbe (estatal do
município), cujo presidente João Luis Reis da Silva disse para quem
quisesse ouvir que começou a mexer no autódromo sem uma licença
ambiental. Na pior das hipóteses, em se tratando de crime confesso, o
mesmo deveria ter recebido voz de prisão na audiência”, afirmou.
Sclagione também fez comentários duros contra o Ministério Público
fluminense. “Estranhei a postura dos promotores. Primeiro, por
desconhecerem que a CBA tem cunho social e não comercial. Além disso, do
primeiro ao último minuto da audiência, as duas representantes do MP não
se ativeram ao fato de que a destruição do anel construído para abrigar
provas da Fórmula Indy irá resultar num prejuízo de US$ 80 milhões aos
cofres do município”, destacou.
O valor corresponde ao investimento feito pelo prefeito César Maia no
passado, para garantir que a Cart, organizadora do evento, realizasse
competições no Rio. (Revista Consultor Jurídico, 24/3)