Agapan quer cautela no plantio de eucaliptos
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2006-03-27
Entidades como a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) estão cautelosas quanto à expansão da cultura de eucaliptos no RS.
Em fevereiro, a Agapan entrou com moção junto ao Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), pedindo que seja trancado qualquer empreendimento no Estado até a conclusão dos estudos de zoneamento da silvicultura e de impacto ambiental.
A presidente da entidade, Edi Xavier Fonseca, afirma que empresas estão iniciando o plantio de eucaliptos na região Sul antes do resultado desses estudos e que a introdução de espécies exóticas tem impacto negativo. "Isso pode ser visto em outros países, como Chile, Índia e África do Sul, e também no Brasil, no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais", citou. O pedido da ONG entrará na pauta do Conama em abril.
Conforme o presidente da Fepam, Cláudio Dilda, o zoneamento ecológico/econômico poderá cessar as polêmicas que envolvem o cultivo de exóticas. "Ele irá fornecer as diretrizes necessárias a um licenciamento ambiental seguro", disse. "Através do estudo de zoneamento, será possível identificar as áreas onde é permitido o plantio e as que são de proteção permanente", completou. A previsão da Fepam é de que esses estudos estejam concluídos em até 90 dias.
O Brasil é hoje o maior produtor de celulose fibra curta, originada do eucalipto. Há 30 anos, o produto era importado, o que demonstra a expansão do cultivo dessa espécie. As plantações são destinadas principalmente para a produção de celulose, papel e carvão. A preocupação das ONGs ambientais é com o plantio em larga escala e o impacto a longo prazo, já que o eucalipto consumiria muita água.
(CP, 26/03/06)