SILÍCIO É MATÉRIA PRIMA DE 99% DAS CÉLULAR SOLARES DO MERCADO
2001-09-26
- No que diz respeito aos investimentos para ter coletores solares e células fotovoltáicas, acho que temos que mudar a nossa mentalidade, opina Heidler. - Porque, se você comprar um carro, hoje, você primeiro vai ver se é caro ou barato. Se você comprar um sistema de geração de energia solar, você não vai comprar apenas um sistema, mas eletricidade e calor para 30 anos. É o mesmo que comprar um carro com 20 mil litros de gasolina, certamente o carro é mais caro, pois você tem que levá-lo todas as semanas para abastecer, fazer manutenção, argumenta. - É o mesmo com uma casa sem ou com energia solar. É uma questão de investimento, prossegue. Segundo ele, muitas pessoas estão começando a financiar módulos solares ao comprarem as suas casas. É um investimento paralelo. - No início, é mais caro do que uma casa convencional, mas você paga com os seus ganhos de produção, assinala. Ainda em relação às baterias para o sistema fotovoltáico, o uso delas é quatro vezes maior do que apenas utilizar o sistema direto com a rede pública de eletricidade. Os módulos de geração de eletricidade, nos condomínios, têm 77 centímetros de largura e 1 metro de comprimento. Cada um deles têm 36 células, que são as unidades de produção. O telhado todo é chamado gerador fotovoltáico. Embaixo de cada telhado existem pequenas caixas brancas, que são equipamentos que fazem a conexão entre as casas e a rede pública de eletricidade. Eles convertem corrente continua em alternada, e vice-versa. Um termocoletor, conforme Heidler, é completamente diferente de uma célula fotovoltáica porque produz calor, não eletricidade. Para produzir essas unidades, atualmente, conforme o físico, é utilizado o silício, mas podem ser usados também gálio, alumínio, índio, cádmio, cobre ou selênio, entre outros metais. - É possível usar cerca de 20 diferentes materiais, em combinação, mas 99% das células, hoje, são de silício. É uma questao de custo-beneficio e qualidade, observa. Segundo ele, o selênio começou a ser muito utilizado nos anos 50 para a produção de elementos (partes) de câmeras fotográficas, pois é um material que produz impulsos elétricos a partir da luz. - Mas esses outros materiais são mais caros do que o silício porque precisam ser purificados e é bem mais difícil obter muitos deles, diz o físico.