Seca: emergência em Aratiba e Rio Pardo
2006-03-26
A região Alto Uruguai já tem dez municípios em situação de emergência. O decreto mais recente foi assinado pelo prefeito de Aratiba, Gilberto Hendges. A irregularidade das chuvas na região próxima à divisa com Santa Catarina vem se agravando desde novembro do ano passado, prejudicando o desenvolvimento das culturas.
Aratiba já perdeu 50% do milho, 40% do feijão e 10% da produção de leite. O caminhão-tanque da prefeitura, com capacidade para 4 mil litros faz até cinco deslocamentos diários para abastecer as propriedades rurais.
As localidades mais atingidas pelos efeitos da estiagem são Três Barras, Volta Fechada, Santa Cecília, XV de Novembro e 1º de Junho. De acordo com o decreto do prefeito, 20% das propriedades rurais enfrentam dificuldades quanto ao abastecimento de água para o consumo dos moradores e dos animais. Segundo a Cotrel, em março já choveu cerca de 100 milímetros em Aratiba, mas isto não impediu que o município decretasse emergência.
Em Rio Pardo, o prefeito Joni Lisboa da Rocha também adotou a medida nessa sexta-feira. O decreto foi assinado depois que um grupo de representantes de entidades classistas entregaram um documento sobre a queda na produção agropecuária da região, que acumula um prejuízo de R$ 27,7 milhões. Este é o segundo município banhado diretamente pelo rio Jacuí, um dos principais do Estado, que decreta situação de emergência. O primeiro foi Cachoeira do Sul. Conforme o relatório, a estiagem afeta as lavouras e a produção de carne e leite em Rio Pardo desde o ano passado. Em 2006, a maior perda foi na safrinha de milho, que teve quebra de 90% em uma área de 3,2 mil hectares.
A produtividade esperada era de 2,4 mil quilos por hectare, mas foram colhidos apenas 240 quilos, um prejuízo estimado em R$ 1,38 milhão. Na safra normal de milho, a quebra foi de 50% e a perda avaliada em R$ 1,29 milhão. Na soja, a redução estimada é de 35%, o que deve gerar a perda de R$ 6,7 milhões, segundo o prefeito.
(CP, 25/03/06)