O interesse do BID pelo Acre passa pelas articulações que foram feitas no exterior pelo sindicalista Chico Mendes, anos antes dele ser assassinado por combater o desmatamento na Amazônia e defender o desenvolvimento sustentável da região. Chico Mendes defendeu o desenvolvimento sustentável da Amazônia por ocasião da pavimentação da rodovia BR-364, entre Porto Velho e Rio Branco, quando, por pressões do sindicalista e de outras lideranças sindicais e ecologistas da região, foi implementado pelo governo brasileiro o Programa de Proteção ao Meio Ambiente e às Comunidades Indígenas (PMACI).Tanto o governador Jorge Viana quanto Chico Mendes, a senadora Marina Silva, o antropólogo acreano Terri Aquino e as organizações não-governamentais locais tiveram grande destaque na execução do referido programa. O resultado positivo do PMACI chamou a atenção do presidente do BID, Enrique Iglesias, que, mesmo antes de Jorge Viana se eleger governador, chamou-o a Washington, junto com Marina Silva, para oferecer uma linha de crédito para o governo acreano da ordem de US$ 300 milhões. Assim que tomou posse, o governador e o secretário de Planejamento Gilberto Siqueira iniciaram gestões junto ao governo brasileiro, especialmente junto à Comissão de Financiamento Externo (Cofiex), que aprovou o financiamento e deu o aval do governo para o financiamento. O pedido de empréstimo do governo acreano junto ao BID obteve o número BR-0313. A proposta de financiamento aprovado pela Cofiex, que reúne representantes dos principais ministérios de Brasília, foi da ordem de US$ 244 milhões, que serão liberados em duas etapas. A primeira etapa, no valor de US$ 132 milhões, será implementada em no máximo quatro anos. Esse montante já foi aprovado pelo Comitê de Empréstimo do BID. (Pagina 20)