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2006-03-24
A criação de camarões em cativeiros, a carcinicultura, é uma atividade que, no Nordeste, apresenta os mais altos índices de produtividade por hectare no mundo, considerando os estados do Rio Grande do Norte e Ceará, os maiores produtores. A exploração intensiva e irracional da atividade, realizada em manguezais, áreas de preservação permanente, além de trazer impactos sociais e ambientais, está também levando a uma queda vertiginosa de produtividade nos últimos anos.

O relatório “Manguezal Ameaçado”, elaborado pela Câmara dos Deputados e concluído em 2005, sobre os impactos sociais e ambientais causados pela criação de camarões em cativeiro, foi relançado nesta quarta-feira durante o Fórum Global da Sociedade Civil, evento paralelo à 8ª Conferência das Partes da Convenção Sobre Diversidade Biológica (COP8).

De acordo com Soraya Vanini Tupinambá, do Instituto Terra Mar e da Redemanglar Internacional, a criação de camarões no Nordeste passou de 3.600 toneladas/ano, em 1997, para 90 mil toneladas/ano, em 2003, período que foi considerado o pico da atividade. Em 2005, no entanto, este número caiu para 53 mil toneladas/ano, gerando um desemprego de 15 mil pessoas a partir da crise.

Soraya disse que a queda se deve em grande parte à exploração intensiva da atividade, uma vez que a alta densidade de camarões nos tanques favorece a disseminação de doenças virais como a Mancha Branca e a Síndrome da Necrose Idiopática Muscular nos crustáceos. A falta de monitoramento e manejo integrado nas fases de produção é outro fator que desencadeia as doenças.

O principal problema da expansão da criação dos camarões no Nordeste, que representa 92% da produção nacional, é a exploração dos manguezais. “São áreas que pertencem à União e portanto não representam custos aos produtores. Além disso, estão em áreas estratégicas, de fácil acesso à água, o que minimiza os custos da instalação do sistema”, diz Jeovah Meireles, professor do Departamento de Geografia Universidade Federal do Ceará e do Fórum de Proteção da Zona Costeira do Ceará.

Segundo Meireles, os maiores impactos ambientais são o desmatamento do manguezal, a contaminação dos lençóis freáticos por salinização (a água doce fica salgada) e a perda de áreas de pescados, mariscos e caranguejos. A população também é impactada com a expulsão de pescadores de seus locais de trabalho e a contaminação da água para consumo.

Para Soraya, a carcinicultura deveria ser banida nas áreas continentais de água doce do semi-árido nordestino. “É onde há o maior impacto. A criação de camarões consome muita água, mais que o cultivo de arroz ou banana”, exemplifica. Ela diz que nas áreas costeiras a atividade deveria ser limitada, com regras restritas e processos de recirculação da água. “Não precisaria ser feita nas áreas de manguezais, onde é aproveitada a água dos estuários. Deveria haver bacias de sedimentação para depósito do material sólido e devolução da água de forma mais limpa”.

O principal desafio para os órgãos governamentais, explica Soraya, é garantir uma lei que considere o apicun (manguezal em Tupi), área de pouca vegetação responsável por grande produção de nutrientes, como parte do ecossistema do manguezal. Atualmente os apicuns são muito explorados pela carcinicultura.
(MOP3-COP8, 23/03/06)

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