Maranhão prepara programa para 20 novas usinas
2006-03-24
Se viabilizado, o projeto de novas usinas deve criar 80 mil empregos diretos e 300 mil indiretos e ter uma área de 500 mil hectares cultivada com cana-de-açúcar.
Ribeirão Preto - O governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares (PSB), revelou, nesta quinta-feira, que prepara um programa de biocombustíveis para instalar 20 novas usinas no estado nos próximos cinco anos e atrair investimentos de US$ 2 bilhões de dólares. O projeto de viabilidade está sendo desenvolvido pelo Pólo Nacional de Biocombustíveis, instalado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), em Piracicaba (SP).
De acordo com Tavares, é justamente o empresário de São Paulo - maior produtor de açúcar e álcool do Brasil - o alvo do estudo a ser apresentado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em dois meses. "Nós já conversamos com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e ele abriu as portas da entidade para que possamos apresentar nosso projeto", afirmou.
Atualmente, o Maranhão tem apenas duas usinas de açúcar e álcool que moeram, juntas, 2 milhões de toneladas na safra 2005/2006. É menos de um terço, por exemplo, da Usina São Martinho, em Pradópolis (SP), a maior processadora do Brasil, que moeu 7,1 milhões de toneladas no mesmo período.
Se viabilizado, de acordo com o governador, o projeto de novas usinas deve criar 80 mil empregos diretos e 300 mil indiretos e ter uma área de 500 mil hectares cultivada com cana-de-açúcar.
Entre as vantagens antecipadas por Tavares estão a produtividade da cana, 16% superior à dos outros estados nordestinos, a infra-estrutura de transporte e a proximidade aos principais pólos consumidores no exterior.
"O Porto de Itaqui, em São Luís, é o segundo em carga do Brasil e está 4 mil milhas marítimas (7.412 quilômetros) mais próximo da Europa e dos Estados Unidos do que os estados produtores do Sudeste", explicou Tavares, que participou, nesta quinta, do seminário Cenários da Safra Canavieira 2006/2007, em Ribeirão Preto (SP).
Por fim, o governador lembrou que o estado já tem benefícios fiscais e tributários para que empresários possam investir, como um programa local de atração, e pelo próprio fato de integrar as áreas da Sudam e Sudene.
(Agência Estado, 23/03/06)