Parecer da Fepam sobre ponte em São Lourenço sai apenas em junho
2006-03-24
A liberação do parecer definitivo sobre a ponte flutuante do Passo do São Lourenço só deverá ser divulgada no início do mês de junho pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A ponte que o prefeito Marlon Santos pretende instalar é uma alternativa à balsa que faz a travessia sobre o Rio Jacuí.
A futura estrutura permitirá a ligação entre os distritos de Ferreira e Barro Vermelho. Em 2005, a ponte foi declarada de utilidade pública pelo prefeito Marlon Santos. A tramitação do processo, que encontra-se na Fepam desde setembro de 2005, ainda precisa passar por um período de análise feita pela comunidade cachoeirense e por uma audiência pública.
De acordo com o coordenador da equipe responsável pela análise do Relatório de Impacto Ambiental (Rima), José Sanberg, o edital de definição da data da análise pública deverá ser publicado no início da próxima semana. A partir da data de publicação a população terá 45 dias para conhecer o projeto e manifestar-se sobre ele.
A documentação ficará à disposição dos cachoeirenses na Biblioteca Pública Municipal. A audiência pública já está marcada para o dia 18 de maio, na Câmara de Vereadores. Após a audiência ainda será necessária uma vistoria feita por técnicos da Fepam no local. Segundo o biólogo da Fepam, Clebes Pinheiro, uma equipe virá até a cidade analisar a veracidade das informações passadas pela Prefeitura para o órgão.
O Rima, documento que servirá de subsídio para a análise pública, possui uma linguagem acessível sobre os impactos que o empreendimento pode causar ao meio ambiente. O relatório contém todas as informações sobre a área, como qualidade da água, grau de degradação, medição da profundidade do Rio Jacuí, levantamento socioeconômico das populações que vivem e dependem das atividades do local.
Essas informações são baseadas nos documentos encaminhados pela Prefeitura Municipal, através de estudo feito pela empresa Porto Alegrense CTA. Além disso, o documento traz também detalhes sobre as medidas de recuperação que serão adotadas nas áreas que poderão sofrer degradação.
De acordo com o prefeito Marlon Santos, após a liberação da ponte flutuante pela Fepam será preciso abrir licitação pública para o empreendimento. Um forte concorrente a instalar o sistema é o empresário de Novo Cabrais Rudi Becker. O empresário já possui equipamentos orçados em R$ 2 milhões. O investimento deverá retornar ao longo de 10 anos com a cobrança de pedágio. “Já tenho as quatro balsas necessárias para formar a ponte. Elas serão interligadas através de pinus”, observou Becker, que possui estrutura semelhante na cidade de Charqueadas.
A Consultoria Técnica Ambiental (CTA), empresa contratada pelo prefeito Marlon para cuidar dos trâmites na Fepam, foi responsável pelo Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Para que o projeto de engenharia de impacto ambiental (EIA) ficasse pronto, a CTA saiu a campo e levantou desde a condição das águas aos efeitos que o tráfego de pessoas e veículos provocou na área.
Comparação Ponte x barca
PONTE FLUTUANTE
. R$ 5,00 para travessia de automóveis
. R$ 18,00 para caminhões com até sete eixos
O pedágio será cobrado no sentido de ida e volta
O empreendedor que vencer a licitação ainda será responsável pela manutenção em 15 quilômetros de estrada em direção ao Barro Vermelho e outros 15 quilômetros em direção à localidade de Santa Bárbara.
BARCA
. R$ 6,00 para automóveis
. R$ 16,00 para carretas com seis ou sete eixos
Após o pôr-do-sol o valor é duplicado
A futura ponte do São Lourenço
A estrutura da ponte flutuante terá:
. 215 metros de comprimento
. 10 metros de largura
. Capacidade para suportar um peso de até 90 toneladas
Pelo projeto, embarcações com até um metro e meio de altura (canoa e jet-ski) poderão passar sob a ponte sem a necessidade de acionar um sistema hidráulico que remove parte da pista de rolagem.
O empresário Dirceu Simon é o atual responsável pela travessia do Passo do São Lourenço. A barca, que funciona 24 horas, atravessa diariamente uma média de 80 veículos. “Ainda não sei se conseguirei continuar com os meus negócios no São Lourenço caso a licença para a instalação da ponte flutuante seja liberada, e isso ainda pode demorar”, observou Simon.
(Jornal do Povo, 24/03/06)