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2006-03-24
Mesmo não sendo um dos temas principais da 8ª Conferência Das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP8), os problemas ambientais, sociais e econômicos causados pelas espécies invasoras já provocam dores de cabeça em muitos governos. De acordo com a organização não-governamental The Nature Conservancy (TNC), mais de US$ 1,4 trilhão, cerca de 5% da economia global, são gastos todos os anos na luta contra o avanço de arbustos, aves, peixes, árvores, sapos e vírus exóticos.

Além de consumir quantias astronômicas para controle e erradicação, as espécies invasoras têm potencial para destruir culturas e provocar enormes perdas de vida nativa. Conforme as Nações Unidas, o problema é a primeira causa da redução de biodiversidade em ilhas e a segunda nas demais regiões do mundo.

Para se espalhar, uma espécie invasora tem que superar barreiras geográficas como rios e montanhas e as distâncias entre os países e se adaptar ao clima e ao ambiente locais. Se conseguir isso, tem grandes chances de ocupar o espaço de animais e de plantas silvestres.

O tojo, planta espinhosa originária da Europa, chegou à América Latina como planta ornamental. Hoje, cobre regiões no Brasil, Uruguai, Chile e Colômbia. O capim anonni, trazido para o Brasil como alternativa para pasto de criações, se tornou uma praga e se espalhou por cerca de um milhão de hectares apenas no Rio Grande do Sul.

“O mundo todo é vulnerável às espécies invasoras. Não podemos observar esse problema de forma isolada”, disse o africano Dennis Rangi, um dos diretores do Programa Global de Espécies Invasoras (Gisp, do inglês Global Invasive Species Programme), ao qual o Brasil acaba de se unir.

Na América do Sul, por exemplo, a perda de espécies é bastante, já que a região é extremamente rica em biodiversidade, principalmente em tipos de peixes. Carpas, trutas e tilápias introduzidas em muitos rios podem dizimar seus parentes nativos e afetar economias baseadas na pesca e no turismo.

A saúde humana também estaria ameaçada, pois espécies como o caramujo-africano, que chegou ao Brasil para ser vendido como escargot, pode transmitir várias doenças. A gripe-aviária e enfermidades como a febre-amarela e a malária também são disseminadas por vírus invasores. A cada vez mais intensa circulação global de pessoas também contribui para o crescimento do problema.

Para a diretora do Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, Sílvia Ziller, não é mais possível o planeta se livrar desse problema, já que as espécies se espalham inclusive no barro dos sapatos, na água de lastro de navios e na carona de cargas ao redor do mundo. “Vamos ter que conviver com as espécies invasoras”, disse.

Conforme a pesquisadora, “é mais econômico e eficaz prevenir o problema”, por isso todos os países devem se adiantar à COP9 (2008), quando a questão estará sob os holofotes, e partir para uma ação imediata. “Cada país deve entender o problema, realizar estudos nacionais, organizar especialistas e criar sistemas de prevenção e de controle”, ressaltou a coordenadora do Programa de Espécies Invasoras da TNC.

Brasil inventaria 400 espécies invasoras
Para o gerente de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias, o Brasil vem enfrentando o problema das espécies exóticas invasoras, que causam um prejuízo anual de 1,4 trilhão de dólares a todos os países. Em 2005, oobserva Dias, o governo promoveu o 1º Seminário Nacional sobre Espécies Exóticas Invasoras e está oferecendo linhas de crédito para enfrentar o problema.

A partir desse encontro foi elaborado um inventário que reuniu as cerca de 400 espécies invasoras encontradas de norte a sul do País. O material será publicado no segundo semestre deste ano. “Com esse estudo, iremos elaborar um plano de controle e combate para cada espécie”, garantiu.

Cada um dos cinco blocos do estudo nacional foi coordenado por uma instituição, de acordo com a área onde foram localizadas as espécies invasoras: terrestres, pelo Instituto Hórus; de água doce, pela Universidade Federal de Viçosa; costa, pela USP (Universidade de São Paulo); agropecuária, pela Embrapa; e finalmente na saúde, pela Fiocruz.

“Também criaremos uma câmara permanente sobre esse problema, envolvendo os setores de meio ambiente, saúde, pesca, agricultura, sociedade civil e outros”, disse Dias. Alguns exemplos de invasões:

1. Na África do Sul, plantas invasoras dominam mais de 10 milhões de hectares de terras (8% do país). A área fetada poderá dobrar nos próximos 15 anos.

2. Nações em ilhas do Pacífico como Micronésia, Polinésia e Melanésia foram muito prejudicas por mais de 150 espécies de animais exóticos.

3. Nos Andes peruanos e bolivianos, a cultura de comunidades indígenas tem sido afetada pela presença de trutas introduzidas em rios onde antes imperavam espécies nativas.

4. O mexilhão-dourado chegou à Argentina na água de lastro de navios. Já alcançou o Uruguai e o Brasil avançando 400 quilômetros por ano pelos rios da região. A Usina de Itaipu, no Paraná, pára uma vez a cada semana para limpar equipamentos tomados pelo molusco asiático.

5. O bicudo é um inseto originário da América Central que virou praga nas plantações de algodão na América do Sul. Os prejuízos chegam a US$ 75 milhões por ano com quebras de safras.

Mais informações sobre espécies invasoras em:
www.gisp.org
www.institutohorus.org.br
www.nature.org/wherewework/southamerica/brasil/work/art16897.html
Por Aldem Bourscheit, Assessoria de Imprensa COP8/MOP3

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