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2006-03-24
Os impactos do agronegócio e alternativas para minimizá-los foi tema do vídeo-debate Soja: O Grão que cresceu demais, promovido pelo Fórum Brasileiro de Ongs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS), em evento paralelo da COP-8. Para Sérgio Schlesinger, pesquisador da ong Fase, entre 1995 e 2003 a soja na Amazônia cresceu mais de 300%, alavancando o desmatamento em Mato Grosso e no Pará. Somente na safra 2003-2004 o aumento da área plantada da soja foi de 16,5%.

"Além do desmatamento, a soja está gerando desemprego, pessoas estão sendo expulsas de suas terras e indo para as favelas das cidades", explica. Para o pesquisador, existem dois grandes problemas na área social. Somente em Mato Grosso, cerca de 85% da área destinada a agricultura é ocupada por latifúndios, o que inviabiliza a concorrência dos pequenos agricultores.

Outro ponto levantado se refere à própria tecnologia cada vez mais de ponta envolvida no agronegócio. "Os agricultores não têm condições de concorrer com os grandes, o que acontece cada vez mais é sua a entrada num ciclo de dependência", explica. Esse ciclo se dá porque o pequeno proprietário não tem acesso aos financiamentos oficiais e termina sendo financiado por compradores que o obrigam a vender a produção antes mesmo de plantar.

Para Schesinger, o governo federal é conivente nessa situação ao apoiar a economia do país na exportação de grãos e outras matérias-primas e não em produtos processados. "No Brasil exporta-se grãos e importa-se equipamentos para o setor do agronegócio. Com a queda do preço do dólar, é preciso cada vez mais sacas de soja para comprar os mesmos equipamentos", aponta.

Letícia Tura, pesquisadora da Fase Amazonas, lembrou que a soja na Amazônia é uma realidade desde a segunda metade da década de 90. "A soja é recente mas o crescimento é veloz, principalmente no oeste do Pará e em municípios como Santarém e Belterra, onde a soja traz grandes problemas de injustiça ambiental", explica. Letícia aponta que já é perceptível na feira de Santarém a falta de itens básicos da alimentação como o feijão, o milho, o limão e a laranja. "Estes itens estão caindo na região em um nível bem mais alto que em outras regiões do estado e da média nacional", revela.

Para a pesquisadora, o problema não é a soja em si, mas o sistema de monocultivo em geral. "Não é da cultura amazona, não está na tradição da população. Tem pessoas discutindo um processo de certificação mas nós temos que ser resistência, dizer não à soja", ensina.

Os dois pesquisadores concordam que o país precisa estimular mais a produção da agricultura familiar, que ainda hoje é responsável por 1/3 da produção de alimentos. Saídas para diminuir os impactos ambientais e sociais e gerar empregos estão surgindo em vários locais.

De acordo com o estudo "Que agronegócio é esse?", produzido pelo Brasil Sustentável e Democrático, a agricultura orgânica, cuja forma de produção exige rotação de culturas e sem uso de agroquímicos, cresce 10% ao ano no Brasil. A soja agroecológica, desenvolvida no Paraná, tem um custo 37% menor que a soja convencional de Mato Grosso, com a mesma produtividade. Os apoios do governo ainda são tímidos, mas de acordo com o estudo, permitem apontar um rumo alternativo aos latifúndios: o Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf) oferece um crédito especial para a conversão de lavouras em agricultura orgânica.
Por André Alves, Estação Vida

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