A mobilização de entidades, intelectuais, freqüentadores e moradores do Centro de Porto Alegre, contrária à transformação do Largo Glênio Peres em estacionamento permanente e pelo tombamento do espaço, já produziu o primeiro resultado. Atendendo a um abaixo assinado com mais de 700 nomes, foi encaminhado ontem um processo para a análise da viabilidade de tombamento à Equipe de Patrimônio Histórico e Cultural (Ephac).

"Qualquer intervenção ou ação em prédio histórico deve ser sempre analisada pela Ephac", afirmou a presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Comphac), Rita Chang. O pedido de análise técnica do tombamento passará, a partir de agora, por um amplo processo de avaliação tipológica, morfológica e paisagística. "Trata-se de um trabalho muito delicado, que não levará menos do que dois meses", disse.

A sugestão de tombamento terá um parecer que pode ser aprovado ou não pelo Comphac, que tem representantes de entidades civis, como Instituto dos Arquitetos do Brasil, Ordem dos Advogados, Associação Riograndense de Imprensa e Sociedade de Engenharia, e órgãos do município. "Cabe ao Comphac, depois de examinar o processo e as variáveis, fazer o encaminhamento para o aval ou veto do prefeito", explicou Rita. Adiantou que é preciso paciência, pois a análise é minuciosa.
(CP, 24/03/06)