A importância da meteorologia na prevenção dos desastres naturais foi discutida ontem, Dia Mundial de Meteorologia. Os dados assustam: de 1992 a 2001, 622 mil pessoas morreram em desastres naturais e outras 2 bilhões tiveram suas vidas afetadas, com perdas econômicas de até US$ 446 bilhões.

As informações são da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), órgão ligado à ONU. Em Porto Alegre, a data foi lembrada no auditório da Infraero, no Aeroporto Salgado Filho, com a palestra "Meteorologia: Essencialidade na Prevenção e Mitigação de Desastres", ministrada pelo subchefe da Defesa Civil do RS, tenente-coronel João Luiz Soares.

Neste ano, a Defesa Civil pretende explicar como sua parceria com a meteorologia pode prevenir ou minimizar estragos. Dados da OMM mostram que 90% dos desastres naturais são de origem hidrometeorológica, relacionados ao tempo, clima e à água. "A Defesa Civil age nas fases da prevenção, emergência e recuperação", disse Soares.

Ele explicou que o estágio da prevenção consiste em armazenar alimentos e realizar treinamentos. Já o emergencial ocorre na ajuda no momento do desastre, enquanto o de recuperação prevê assistência posterior aos prejudicados.

Como exemplo da atuação da meteorologia, Soares citou a estiagem de 2005 no RS, "a pior da história gaúcha". "Já em 2006, notamos que a seca se concentraria somente no Norte do Estado. A meteorologia fornece os dados para que a Defesa Civil tome as precauções", frisou.
(CP, 24/03/06)