Silvicultura é tema de encontro entre Ministério Público e Fepam
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2006-03-23
O futuro ambiental do Rio Grande do Sul esteve em debate na quarta-feira
(22/03), durante reunião realizada entre representantes do Ministério Público e
da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Mais especificamente a
implementação da silvicultura por empresas que estão se instalando em solo
gaúcho e os possíveis impactos ambientais decorrentes dessa atividade. A
intenção é regulamentar iniciativas que possam assegurar a preservação do meio
ambiente. A silvicultura é o ato de criar e desenvolver povoamentos florestais,
como eucaliptos por exemplo, buscando atender as necessidades de mercado.
Durante o encontro, o Procurador-Geral de Justiça frisou que Promotores de
Justiça da área ambiental, em todo o Estado, já estão buscando a preservação
integral do meio ambiente em suas atuações cotidianas. “Não somos contra o
investimento, apenas temos a preocupação de que ele seja feito respeitando o
patrimônio ambiental do Rio Grande do Sul” destacou Roberto Bandeira Pereira.
Ele também disse que a intenção do Ministério Público é facilitar o entendimento
entre todos os envolvidos, quer sejam órgãos ambientais ou empreendedores.
A Promotora Sandra Segura, da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente
de Porto Alegre, acrescenta que assim que tomou conhecimento dos investimentos
que empresas do ramo pretendem fazer no Rio Grande do Sul, o Ministério Público
instaurou inquéritos civis para apurar o licenciamento dos investidores para
essa atividade. “Também estamos verificando se existem eventuais danos
decorrentes do plantio de exóticas em grande escala”. Sandra Segura ressalta
ainda que as empresas têm se mostrado receptivas a realizarem estudos para
comprovar o impacto ambiental de suas atividades. “Algumas inclusive já estão
contratando profissionais para realização desse estudo. Até agora não temos
notícia de nenhum tipo de resistência por parte dos investidores”.
O Presidente da Fepam, Cláudio Dilda, salienta que a principal preocupação do
órgão é ter a segurança, no que diz respeito aos impactos ambientais, da
silvicultura sobre as áreas pretendidas para o plantio. Dilda revelou que um
zoneamento ecológico e econômico está sendo realizado e através dele será
possível ter suportes técnicos para as decisões que dizem com o licenciamento
dessa prática no Estado. De acordo com o presidente da Fepam, o trabalho deverá
estar concluído entre 60 e 90 dias e, com os resultados obtidos, será possível
definir as áreas onde será possível o florestamento.
(MP-RS, 22/03/06)
http://www.mp.rs.gov.br/imprensa/noticias/id6967.htm