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2006-03-23
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, o diretor-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Francisco Cajueiro, e o presidente-executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Cristiano Walter Símon, lançam na sexta-feira (24/03), em São Paulo, o Sistema de Informação de Resíduos de Agrotóxicos em Horticultura (Sirah). O evento acontece no Edifício Cultura Inglesa, em Pinheiros, a partir das 8h30min.

O Sirah é um banco de dados técnico-científico com análises de resíduos agroquímicos em frutas e hortaliças frescas, que permitirá a criação de um sistema nacional de informação. A programação de lançamento inclui um painel técnico com temas como segurança alimentar, boas práticas agrícolas, a importância do Sirah e uma avaliação do risco de agrotóxicos em alimentos.

Para a construção do Sirah, foram computadas as informações de 3.082 amostras de frutas e hortaliças frescas, coletadas no Entreposto Terminal de São Paulo, no período compreendido entre janeiro de 1994 e abril de 2005, referentes a 52 produtos hortifrutícolas. As análises dos resíduos foram executadas pelo Laboratório de Resíduos de Pesticidas do Instituto Biológico.

Patrocinado pela Andef e gerenciado pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp, o Sirah permitirá coordenar as informações sobre ocorrência de resíduos (princípios ativos e concentrações detectadas) e origem do produto (produtor, estado, município e permissionário).

Além disso, será possível identificar que produtos estão em conformidade com a legislação vigente, que é bastante exigente nos parâmetros de segurança. A obtenção do registro de um agrotóxico atende a limites determinados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que considera as estatísticas de consumo de cada tipo de alimento pelos brasileiros e os índices de Ingestão Diária Aceitável (IDA).

O presidente-executivo da Andef, Cristiano Simon, afirmou que o resultado das análises possibilitará uma interpretação comparativa entre os resíduos detectados e o defensivo registrado no Brasil, estabelecendo um meio de comunicação com permissionários, produtores e autoridades e permitindo comparações com os limites de resíduos internacionalmente aceitos. “Quando investimos neste projeto, estávamos cientes de que seria a mais eficiente resposta sobre a qualidade de produtos frescos, produzidos sob a proteção de defensivos agrícolas, em âmbito nacional”, comentou.

Segundo a Ceagesp e a Andef, a partir das informações do Sirah, é possível estabelecer o melhor foco para regularizar a utilização de agrotóxicos para cada cultura. Os resultados dos últimos 11 anos revelam a ausência de resíduos agrotóxicos em cerca de 70% das frutas e hortaliças analisadas.

Em 916 amostras foram detectadas 1.068 ocorrências de resíduos, das quais 50% estavam abaixo da tolerância, 4,5% acima e 45,5% de agrotóxicos não registrados para as culturas nas quais foram detectados. “Pode-se assegurar que a garantia de inocuidade à saúde alcança 85% das amostras analisadas e esse índice é ainda maior se levarmos em conta os parâmetros admitidos internacionalmente para agrotóxicos sem tolerância estabelecida no Brasil”, destaca a nota conjunta da Ceagesp e da Andef.

Ao longo de 27 anos, a Ceagesp investiu no monitoramento de resíduos de agrotóxico nas frutas e hortaliças comercializadas no Entreposto de Vila Leopoldina – um dos maiores do mundo, com a comercialização de 10 mil toneladas de hortícolas por dia. Um dos principais problemas apontados pelo resultado de análises de produtos originários de centenas de municípios brasileiros é a detecção de agrotóxicos sem registro.

A partir do trabalho de monitoramento realizado pela Ceagesp, a Câmara Setorial de Hortaliças da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo criou, em 1998, um grupo de trabalho que propôs mudanças na legislação de agrotóxicos. O Ministério da Agricultura estuda a alteração.

A expectativa é que com o lançamento do programa seja possível estruturar uma rede nacional de monitoramento, agregando os resultados de outras fontes ao modelo Siran. Também será possível dar mais apoio aos produtores no processo de regularização do registro de agrotóxicos.
(Mapa, 22/03/06)
http://www.agricultura.gov.br/

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