Segundo uma declaração da WWF, as mudanças climáticas e o desmatamento podem transformar grande parte da Floresta Amazônica em Savana, provocando um impacto enorme sobre a biodiversidade e o clima mundial. Apresentando uma revisão de pesquisas científicas sobre a Amazônia e as mudanças climáticas, a WWF declarou que os modelos climáticos projetam um ambiente mais seco e quente para a região, o que provavelmente levará a uma redução substancial da precipitação sobre grande parte da Amazônia. Tais mudanças resultariam em transformações no tipo de ecossistema (de tropical para savana) e na perda de espécies em muitas partes da Amazônia.

“Um clima em mudança impõe uma ameaça substancial sobre a Floreta Amazônica, a qual contém uma grande porção da biodiversidade mundial,” disse Lara Hansen, principal cientista da WWF sobre mudanças climáticas. “O mundo precisa urgentemente avaliar a sua vulnerabilidade aos riscos climáticos e integrá-los com esforços para a conservação da biodiversidade”. Segundo a pesquisa da WWF, a combinação da atividade humana (como o desmatamento) e das mudanças climáticas, aumentam o efeito de secagem das árvores mortas, o que contribui para os incêndios florestais.

Na falta de medidas efetivas, o aquecimento global e o desmatamento podem transformar de 30-60% da Floresta Amazônica em um tipo de savana, segundo uma pesquisa realizada com o apoio do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. O clima do noroeste da América do Sul, incluindo a região Amazônica, já mudou ao longo do último século. Por exemplo, os recordes da média mensal da temperatura do ar aumentaram em 0.5-0.8 graus Celsius de 1990 para 2000. “Estamos correndo o sério risco de perder uma grande parte da Floresta Amazônica”, disse Carlos Nobre, representante do Inpe.

Atualmente, a Floresta Amazônica atua como um importante absorvedouro de dióxido de carbono (CO2), gás emitido principalmente pela queima de combustíveis fósseis e o principal causador do efeito estufa. Entretanto, cerca de 20% das emissões de CO2 são provenientes do desmatamento. Segundo a WWF, se a sua destruição continuar, a Floresta pode se tornar uma fonte considerável de CO2.

A WWF acredita que os governantes deveriam agir politicamente sobre a necessidade de proteger a biodiversidade e o clima mundial. Durante a COP8, os paises Amazônicos devem anunciar compromissos quantitativos para reduzir o desmatamento. “Tanto a queima de combustíveis fosseis como o desmatamento devem ser reduzidos significativamente e urgentemente para salvar a biodiversidade e as pessoas de sobrem mudanças climáticas catastróficas”, disse o Coordenador do Programa de Mudanças Climáticas da WWF para a América Latina e Caribe, Giulio Volpi.

“Aqui em Curitiba, temos uma oportunidade única de tratar a combinação mortal de desmatamento com mudanças climáticas. Os paises Amazônicos precisam se comprometer em acabar com o desmatamento, pelo beneficio das gerações presentes e das futuras.”
(CarbonoBrasil, 22/03/06)