Especialistas pedem ação contra o desperdício de água
2006-03-23
O desperdício é uma das ações mais ameaçadores à reserva de água doce e potável em todo o planeta. Na Semana Nacional da Água, especialistas recomendam uma ampla campanha para conscientizar a população e evitar o uso indiscriminado do recurso antes que seja tarde, segundo a série especial de entrevistas feitas nesta semana pela Rádio Eldorado. O território brasileiro abriga cerca de 14% da água doce e potável do planeta, mas Gisela Damm Foratine, gerente de fiscalização ambiental da Agência Nacional de Água, que regulariza o produto, estima que o percentual será reduzido drasticamente nas próximas décadas. Para ela, as pessoas devem se conscientizar do problema e evitar o desperdício, antes que seja tarde.
Uma das soluções que podem ajudar no problema é a reutilização da água pelas empresas. A analista de marketing da Sabesp, Eliane Flório, afirmou que o setor industrial é o que mais se beneficia com o reaproveitamento da água. Segundo ela, a reciclagem, além de reduzir o custo para as empresas, melhora o meio ambiente. A analista alertou porém que a água não deve ser reaproveitada para consumo humano, mas em outras atividades, como resfriamento e lavagens de rua.
Na tentativa de ajudar a conter o desperdício da população, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, promulgou no fim de 2005 a lei que cobra pela retirada em rios e poços de domínio do Estado. Rui Brasil, coordenador de recursos hídricos de São Paulo afirmou que o pagamento pelo uso da água servirá para investir nas bacias hidrográficas.
Aqüífero Guarani
A reserva do Aqüífero Guarani, um dos maiores mananciais de água subterrânea no mundo e que abastece oito Estados brasileiros, está quarenta metros mais baixa devido à captação para consumo público. Apesar disso, a gerente da divisão de qualidade do solo e águas subterrâneas da Cetesb, Dorothy Casarini, afirmou que o problema ocorre em locais isolados. Segundo ela, alguns municípios, como Ribeirão Preto, usam muitos poços abastecidos pelo aqüífero e não permitem a recarga natural. Dorothy defendeu o mapeamento das cidades que utilizam poços abastecidos pelo Aqüífero Guarani e ressaltou que a medida pode promover um controle mais rígido das fontes de poluição nesses locais.
(Estadão Online,22/03/06)
http://www.ambientebrasil.com.br/rss/ler.php?id=23752