Fórum Alternativo exige a reparação de danos a populações afetadas por falta de água
2006-03-23
As organizações sociais e civis de diversos países, reunidas no Fórum
Internacional pela Defesa da Água celebram os avanços conquistados em três dias
de trabalhos e seis meses de articulação. María Eugenia Chávez informa à agência
Pulsar, AMARC-México e SIPAM que os representantes das organizações, reunidas
para revisar a declaração final do Fórum Alternativo, mencionaram que é
necessário continuar com a articulação de ações em nível global.
Entre os resolutivos divulgados na segunda-feira (20/03), se destacam: rechaçar
o IV Fórum Mundial da Água e todos os fóruns que não sejam legítimos, nem
consultados com as pessoas, por seu caráter anti-democrático e excludente;
demandar a saída dos mercados de "nossa água"; ampliar o conceito do público,
também para o social e comunitário; exigir que haja controle social das
operações das instituições financeiras; demandar uma gestão sustentável da água;
e criar um observatório cidadão que seja ponto de encontro de organizações sociais para a vigilância das políticas da água.
Além disso, o Fórum Alternativo decidiu exigir a reparação do dano às populações
afetadas pela falta de água; erradicar a palavra "hidrológico" dos documentos e
discursos relacionados com a água, porque tem uma carga técnica ideológica;
incorporar a participação das mulheres na tomada de decisões a respeito da água;
retomar o valor cultural espiritual da água; e articular um movimento global que
inclua os âmbitos locais, nacionais, regionais e internacionais.
Cerca de 200 manifestantes (participantes acreditados no IV Fórum Mundial da
Água), também mostraram sua desaprovação com a privatização da água no mundo,
agitando garrafas de água que continham moedas, dando a entender assim o valor
comercial que hoje é dado à água.
Eva Villegas Muñoz informou à agência Pulsar, AMARC-México e Ollin Caban que o
grupo denunciou a ilegitimidade do IV Fórum Mundial da Água já que as políticas
que o dominam são encabeçadas pelo presidente de uma companhia de água,
favorecendo desta forma que as corporações globais decidam quem terá acesso e
quem não à água, pois para estas o lema "água para todos" na realidade significa
"água para todos os que possam pagá-la".
(Agência de Notícias Pulsar, 21/03/06)
http://www.ecoagencia.com.br/index.php?option=content&task=view&id=1478&Itemid=2