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2006-03-23
Uma das mais raras obras de referência sobre botânica brasileira finalmente ganha espaço permanente na internet. A obra coordenada por Carl Friedrich Phillip von Martius e publicada na Alemanha entre 1840 e 1906 está acessível desde ontem (22/03) ao público mundial no endereço http://florabrasiliensis.cria.org.br.

O site foi lançado oficialmente durante a 8ª Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica (COP8). Trata-se de uma iniciativa conjunta da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Natura e Vitae Apoio à Cultura, Educação e Promoção Social.

O acervo é composto por 3.811 pranchas com desenhos de folhas, frutos e flores e poderá ser consultado a partir do nome científico da espécie, do volume em que consta o trabalho ou ainda da obra original em que foi descrita. A digitalização das imagens obra foi feita pelo Jardim Botânico de Missouri (EUA). O acervo on-line está sob a responsabilidade do Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria).

A Flora Brasiliensis é um inventário de 22.767 espécies de plantas – 19.629 brasileiras e 5.689 novas para a ciência na época, com texto integralmente em latim. A obra é resultante de uma expedição que por três anos percorreu o Brasil. Ainda que a estimativa atual da diversidade de plantas brasileiras seja de 50 mil espécies, a pesquisa de von Martius permanece até hoje como o único e mais completo levantamento da flora brasileira, utilizado para identificação de plantas e como referência para estudos em botânica não só do Brasil, mas também de outros países da América do Sul.

“A importância da Flora Brasiliensis é de reconhecimento histórico internacional. Os milhares de gêneros e espécies botânicos da flora brasileira, agora em meio eletrônico, permitirão acesso amplo de estudiosos, interessados e da sociedade em geral à riqueza científica e cultural do livro de von Martius”, afirma Carlos Vogt, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Outra etapa do projeto é o desenvolvimento de um catálogo atualizado com os nomes das espécies da flora brasileira. Por enquanto, um estudo piloto está sendo feito para a atualização da nomenclatura de um número limitado de famílias, coordenado pelo botânico George Shepherd, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“Os taxonomistas – que descrevem e classificam organismos – dependem de obras históricas, restritas a bibliotecas e herbários no exterior. O site faz parte de um trabalho de integração de dados de muitos países, num esforço para renovar a Taxonomia, derrubando barreiras que impedem o desenvolvimento da área”, afirma o pesquisador George Shepherd.

História
Em 1817, o médico e botânico alemão Carl Friedrich Philipp von Martius chegou ao Brasil com a Missão Austríaca, formada por cientistas e artistas europeus, interessados na rica e exuberante flora tropical. Em três anos, von Martius percorreu 10 mil quilômetros do Brasil. De volta à Alemanha, em 1820, iniciou o trabalho de organização das informações e de publicação da sua obra de maior fôlego.

Flora Brasiliensis ainda é o mais completo e abrangente levantamento da flora brasileira. Ali estão descritas 22.767 espécies, que representam o conjunto das plantas conhecidas até meados do século 19. No trabalho também estão 3.811 desenhos de plantas, suas flores, frutos e sementes. E, embora atualmente se estime que a diversidade de plantas no Brasil possa chegar a 50 mil espécies, Flora Brasiliensis continua a ser uma obra de referência indispensável aos biólogos de todo o mundo.

A obra foi organizada em forma de uma coleção de 15 volumes, constituídos por 40 partes ou tomos com 130 fascículos. Possui 20.773 colunas de texto, 3.811 pranchas – 1.071 delas litografias, com a descrição das espécies que representam o conjunto de plantas brasileiras conhecidas até meados do século 19.

O trabalho é resultado de 48 anos de dedicação de Carl Friedrich Philipp von Martius à organização de suas descobertas sobre a flora brasileira, realizadas durante viagem que iniciou pelo Brasil, em 1817. Patrocinada pelo imperador da Áustria, Ferdinando I, pelo rei da Baviera, Ludovico I, e pelo imperador do Brasil, Dom Pedro I, a obra teve seu primeiro volume publicado em 1840 e o último em 1906, muitos anos após a morte do autor, em 1868.

A expedição de von Martius, que fez parte da chamada Missão Austríaca, desembarcou em 15 de julho de 1817 no porto do Rio de Janeiro e acompanhava a arquiduquesa Leopoldina, que chegaria em novembro para se casar com o então príncipe D. Pedro. Com o grupo, que incluiu zoólogos, desenhistas e pintores, o botânico alemão percorreu 10 mil quilômetros do país ao longo de três anos, registrou suas observações e recolheu mais de 20 mil espécies de plantas em quatro dos cinco principais ambientes naturais brasileiros – Cerrado, Caatinga e as Florestas Atlântica e Amazônica.

O roteiro da viagem começou nas imediações da Corte do Rio de Janeiro. Em seguida, continuou para São Paulo e para Minas Gerais. A expedição cruzou a Bahia, eguindo depois por Pernambuco, Piauí e Maranhão. De navio, seguiu para Belém, no Pará, e subiu o rio Amazonas até o Solimões. Dali, o zoólogo Johann Baptiste von Spix continuou pelo Amazonas até os limites do Peru, enquanto von Martius seguiu pelo rio Japurá até a fronteira com a Colômbia. Os dois se reencontraram e continuaram a viagem pelo rio Madeira.

De volta à Europa, von Martius foi nomeado curador do Jardim Botânico e professor da Universidade de Munique, presenteou o herbário de Munique com 6.500 dessas amostras e publicou, com o zoólogo Jean Baptiste von Spix, os três volumes de Viagens ao Brasil. Contudo, a sua grande obra foi Flora Brasiliensis, que ele coordenou à frente de uma equipe de 65 especialistas em botânica.
Por Jaime Gesisky, Assessoria de Imprensa COP8/MOP3

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