Enchente desabriga 13 mil no Amazonas
2006-03-22
Segundo a Defesa Civil Estadual, nas duas cidades, 13 mil pessoas que vivem em comunidades ribeirinhas foram atingidas pela enchente. As plantações de banana, macaxeira, milho e melancia estão perdidas.
Um plano de emergência está sendo preparado para retirar famílias de áreas inundadas assim que o governador Eduardo Braga (PMDB) reconhecer o desastre ambiental e liberar verba para alimentação e medicamentos.
O secretário-executivo da Defesa Civil Estadual, coronel Roberto Rocha, afirmou que um surto de malária foi detectado. Com a inundação, há ainda muitos casos de mordidas de cobras. O problema é que muitos não querem deixar as casas e acabam se abrigando em redes atadas quase no teto. "Eles relutam em sair da casa."
As equipes da Defesa Civil começam a chegar aos locais nesta semana. "Os municípios não têm Defesa Civil local. Avaliamos que a intensidade do desastre é grave. Já foram atingidas 60% das comunidades", disse o coronel.
Manicoré foi uma das cidades mais castigadas pela seca em 2005. Ficou isolada e faltaram alimentos, água potável e remédios.
A média anual do nível do rio para navegação no Madeira é de 12,9 m. Com a enchente, o nível subiu em Manicoré para 22,84 m, cota registrada ontem pelo Serviço Geológico do Brasil. Em Humaitá, as águas do rio Madeira dão sinais que vão parar de subir. No dia 15, a cota estava em 23,07 m e ontem, em 22,83 m.
O ciclo de enchente e vazante (seca) é um processo natural que ocorre todos os anos na Amazônia devido, principalmente, às chuvas. Cientistas afirmam que o aumento das queimadas e dos desmatamentos têm contribuído para aumentar a intensidade desses desastres ambientais.
(Folha de S.Paulo, 21/03/06)