Ministério Público já pode denunciar invasores da Aracruz
2006-03-22
O Ministério Público já tem elementos suficientes para denunciar os envolvidos na invasão do Horto Florestal Barba Negra, da Aracruz Celulose, em Barra do Ribeiro. O promotor do município, Daniel Indrusiak, afirmou ontem que o processo está bastante consistente e com uma boa base de provas. O prazo de um mês para que a Polícia conclua o inquérito termina em 16 dias.
Pelas informações e provas levantadas até agora, haveria a abertura do processo criminal com base em crimes como cárcere privado, formação de quadrilha e ameaça. A identificação dos invasores ocorre através de imagens e depoimentos de motoristas dos ônibus que levaram os integrantes da Via Campesina ao local. Indrusiak ressaltou que o objetivo é tornar o processo de investigação o mais abrangente possível. Segundo ele, o MP aguarda informações solicitadas sobre os repasses do governo estadual e da Assembléia a entidades ligadas à Via Campesina e ao MST.
A Polícia ouviu ontem, em Passo Fundo, depoimentos de mulheres suspeitas de participação no ato em Barra do Ribeiro. Elas foram encontradas na sede da Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais do RS. Durante a operação, da qual participaram policiais civis de Camaquã e da 2ª DP de Passo Fundo, foram apreendidas seis CPUs, material arquivado pelas camponesas, dinheiro, CDs, vales-transporte, passagens intermunicipais e agendas com anotações. "Se for confirmada a participação dessas mulheres, se multiplicará o número de envolvidos localizados", disse Indrusiak. Ele encaminhará hoje a complementação de documentos ao pedido de arresto dos ônibus usados na invasão, conforme pedido do juiz substituto da Comarca, Gilberto Schäfer.
(CP, 22/03/06)