Uma eventual pandemia de gripe das aves nos Estados Unidos faz parte das prioridades consideradas na estratégia americana de defesa nacional, segundo um documento da Casa Branca difundido na quinta-feira (16/03), que também cita a Aids e os desastres naturais. "Estes desafios não são considerados como ameaças tradicionais à nossa segurança nacional no mesmo nível que os conflitos militares ou a ideologia, mas podem ameaçar nossa segurança nacional", destaca o texto.

Washington destacou sua decisão de criar um consórcio internacional sobre a gripe das aves para melhorar a vigilância e a preparação no caso de ameaça de pandemia. Até agora, não foi detectado qualquer caso de gripe provocada pelo vírus H5N1 no continente americano, e o vírus ainda só é transmitido de aves para humanos, mas uma mutação pode provocar a transmissão entre pessoas, o que levaria a uma pandemia.

A luta contra a gripe das aves - que afetou a princípio os países do Sudeste Asiático e a China, matando 101 pessoas - também faz parte da estratégia do governo Bush para a promoção da democracia no planeta. "As democracias são muito mais capazes de responder a estes desafios do que os países repressivos ou mal governados. As pandemias precisam ser combatidas por sistemas de saúde públicos eficientes e transparentes, que não funcionam com governos fracos, como aqueles que temem a liberdade e não são capazes de ter" estes sistemas, acrescenta o texto.

A Casa Branca assinala ainda a necessidade de melhorar as condições de vida de milhões de pessoas e cita como um "desafio e um sucesso" seu plano de emergência para combater a Aids de 15 bilhões de dólares lançado em 2003 para um período de cinco anos. "Lançamos um projeto maior que vai evitar 7 milhões de novos casos de infecção pelo HIV, dará tratamento a 2 milhões de infectados e ajudará 10 milhões de órfãos da Aids e de outras doenças", assinala a nota. Finalmente, os riscos de desastres naturais, sobretudo após a passagem do furacão Katrina, em agosto de 2005, também são citados como ameaças à segurança nacional dos Estados Unidos, e que precisam de "uma resposta de envergadura internacional".
(AFP, 16/03/06)
http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2006/03/16/ult34u150231.jhtm