Está prevista para sábado (25/03) a chegada do navio do Greenpeace, o Artic Sunrise, que lançará em Porto Alegre o programa Cidade Amiga da Amazônia. O prefeito José Fogaça foi convidado a participar da iniciativa, que já conta com a adesão das prefeituras de Santa Maria, Rio Grande e São Leopoldo. No Brasil, são 28 cidades, entre elas São Paulo e as do ABC paulista, consideradas grandes consumidoras de madeira ilegal da Amazônia. A assinatura do termo de compromisso acontecerá no navio.

Há estimativa de que em torno de 80% da atividade madeireira na Amazônia ocorra na ilegalidade. A madeira é extraída de áreas não autorizadas, como reservas nacionais ou territórios indígenas, segundo dados do governo federal. Um dos objetivos do Cidade Amiga da Amazônia é mostrar que os municípios, mesmo que indiretamente, participam da exploração predatória da região. "A maior parte das cidades adquire madeira ilegal. Parte sem conhecimento, já que a compra acontece de forma indireta, através de empreiteiras", afirmou uma das coordenadoras do programa, Adriana Imparato.

As prefeituras que integram o projeto precisam exigir nota fiscal e a autorização de transporte de produto florestal da madeira que chega ao município, além de fiscalizar a entrada e a saída do produto nas suas estradas e portos e trabalhar a cadeia produtiva de fornecedores. Do total, 64% da madeira extraída na Amazônia fica no país e o restante é exportado. "Isso mostra que a responsabilidade maior é dos brasileiros, já que estamos financiando a destruição da região", frisou. A chegada do Artic Sunrise marcará o lançamento do projeto de criação de uma rede de áreas protegidas da Amazônia.
(CP, 21/03/06)